domingo, outubro 16, 2005

Correio electrónico dos leitores

«azia said... ói? hein? caro andré,estou mais ligado ao brasil do que possas pensar, sobretudo como consumidor de cultura e por vezes de afectos. não podemos querer fechar os olhos à qualidade das hordes de migração brasileira que tem entrado pelo país adentro. no geral, é de baixa qualidade, sem o mínimo de formação. não foi minha intenção querer comparar o empregado das beiras cinquentão e antipático com a frescura dos vinte e dois dos brasileirinhos que abundam por aí.mas pensar que "todo" o empregado português é "das beiras" é cair e voltar a cair no erro de sempre. mas o brasileiro, como o português, e de resto como a imagem mais ou menos difusa do africano e do sul-americo, não é de gente trabalhadora. nem educada.o português com o acréscimo de ser, muitas vezes, menos simpático.não esquecendo que há brasileiros muito educados e trabalhadores atrás do balcão em portugal ou a servir à mesa, não posso também afirmar que o protótipo do empregado português seja o "das beiras".por acaso conheço os serviços de restauração, hotelaria e turismo noutros países, sim. vivo em estocolmo há dois meses, e posso garantir-te que nunca fui tratado com tanta educação, profissionalismo e tanta simpatia em nenhum outro país. nem em espanha, nem mesmo em londres. mesmo tendo que obrigar as pessoas a falar comigo numa língua que não é a delas. até já me aconteceu, numa livraria, o empregado fazer um esforço considerável para, em vez que falar comigo em inglês, o fazer em espanhol, ao perceber que era espanhol o livro que eu procurava.sempre gostei de ser bem atendido. um sorriso simpático ou uma frase gentil podem fazer a diferença de um restaurante para outro, se a qualidade da cozinha for idêntica.quanto a tascas rascas e pastelarias-café-restaurante que pululam aí por lisboa, confesso que não tenho o hábito. há sítios mais interessantes para comer. até porque não é propriamente uma maioria avassaladora de brasileiros que trabalha em restaurantes de qualidade, salvo em restaurantes brasileiros, argentinos e um ou outro italiano-pagode.quanto a bares, melhor nem falarmos. quanto à caipirinha, confesso que sou um especialista. os melhores cumprimentos,azia.»

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Caro Azia,

Se bem consigo depreender do teu estilo "saramaguesco", aparentemente deves estar a fazer alguma confusão, pois o meu post, «Sejam bem-vindos meus irmãos!», em nada contradiz aquilo que estás a defender, excepto, que o protótipo do empregado de mesa português não seja o das "beiras" - e esta afirmação, infelizmente tenho de a manter.

Como o assunto é muito sério, e o post era necessariamente muito curto, limitei-me a ficcionar e ironizar um pouco - a ambiguidade foi propositada -, contudo gostaria - face às tuas observações - de esclarecer em alguns pontos a minha posição sobre este tema:

1. Quanto falo em "profissionalismo e educação do povo brasileiro", falo em comparação com o empregado de mesa típico português;

2. Todos os imigrantes devem ser bem recebidos, não podemos é receber todos os imigrantes;

3. Já temos imigrantes a mais;

4. Não confundo os brasileiros com empregados de mesa, contudo, há muitos brasileiros em Portugal a trabalhar nesta área - o que tem sido benéfico para a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos portugueses nesta área específica;

5. Prefiro uma boa posta mirandesa ou uma feijoada à transmontana à picanha ou à feijoada à brasileira... e nem sequer gosto de caipirinha (mas gosto muito de caipiroskas).

Obrigado pelo teu e-mail, comentários e pelo teu link, que será retribuído brevemente. :)
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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu também gosto mais de caipiroska... temos mais uma coisa em comum :)

segunda-feira, outubro 17, 2005 5:37:00 da tarde  

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