segunda-feira, janeiro 26, 2009

Which Size Matters?

A crise económica dos anos 30 levou a que se inventassem (ou melhorassem as já existentes) formas de medir a economia, essencialmente para saber até que ponto as politicas de combate à crise estavam a surtir o devido efeito.

Julgo que é neste contexto que surge o PIB, criado para medir o valor total de todos os bens e serviços transaccionados.

Este PIB afirmou-se desde então como a medida usada para aferir o estado da economia e os níveis de desenvolvimento de cada país. Hoje, o essencial das políticas nacionais e das relações entre estados usam-no sempre como termo de referência não só para as questões económicas, como também para a discussão de todas as restantes politicas.

No entanto, aparentemente um dos arquitectos deste sistema, um tal de Simon Kuznets, era da opinião que

“The welfare of a nation can scarcely be inferred from a measurement of national income... Goals for “more” growth should specify of what and for what.”

E eu, mesmo sem ter uma noção exacta das implicações que isso poderia trazer, tendo a concordar que um sistema que valoriza somente aspectos quantitativos não devia servir para medir o bem-estar e a qualidade de vida das sociedades, ou pelo menos não devia ser o seu termo de referencia.

Nos últimos tempos têm ganho força outros indicadores que levam em linha de conta, além dos económicos, diferentes aspectos da vida de uma sociedade (como os níveis de educação, ou a qualidade ambiental, por exemplo).

Agora que parece confirmado que estamos a entrar (ou já cá estamos!) numa crise económica e social senão pior pelo menos equivalente à dos anos 30, seria uma boa ocasião para se rever o nosso conceito de desenvolvimento e a forma de o medir.

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2 Comments:

Blogger Pedro Oliveira said...

Valorizam-se aspectos quantitativos, exactamente porque os outros não são valorizáveis. Como é que se mede a felicidade?
Como é que se mede algo que é subjectivo?

Para seguir a moda, podem experimentar com obanimetros.

quarta-feira, janeiro 28, 2009 2:23:00 da manhã  
Blogger MRP said...

pedro, existem imensos aspectos qualitativos para os quais é possível estabelecer critérios de objectivos de avaliação: a qualidade do ar, a qualidade do serviço de saúde, a qualidade da educação (inclusive a qualidade dos professores, veja lá!). mesmo em relação à felicidade, por mais subjectiva que ela seja, é possível tentar medi-la: basta, por exemplo, perguntar às pessoas se são felizes.

quanto às modas obamisticas, uns gostam de roxo (ou devo dizer beringela!) outros não; fazer o que?

quarta-feira, janeiro 28, 2009 7:36:00 da manhã  

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