Questões semânticas
No país do Magalhães os governantes têm um verbo preferido constante bem no lugar cimeiro de opções semânticas. Caso se lhes conheça cartilha pela qual se regem sempre que têm de proferir uma opinião sobre assuntos que envolvam contestação ou oposição, o verbo surge rapioqueiro e inequívoco. Tornou-se previsível. Basta apenas determo-nos nas notícias para prever que mais tarde aparecerá alguém do Executivo fazendo uso do dito verbo. No país do Magalhães desvaloriza-se com frequência. Foi assim que a Ministra da Educação desvalorizou a manifestação dos professores, se bem me lembro, as duas manifestações, e a Ministra da Saúde desvalorizou a formação dos médicos pelas farmacêuticas. Ana Jorge, além de desvalorizar, também rejeita, desta feita o caos que se instalou nas urgências em sequência da gripe que assola o país. O Primeiro-Ministro é mestre na arte de desvalorizar e, como se vê, desvaloriza muito. Aguarda-se pois a última desvalorização relativamente à aprovação do Estatuto dos Açores, uma vez que o Partido Socialista também já desvalorizou as críticas do Presidente da República. Quem sabe nas próximas eleições Sócrates não seja também desvalorizado pelos seus eleitores.
2 Comments:
Certeiro ... e muitíssimo bem dito/escrito como sempre!
É que já não posso com a "desvalorização"... Beijinhos e bom 2009 em Times Square :-)
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