It's Christmas Time
Durante a adolescência dos rapazes há um certo momento-click que faz com que de repente desviemos a nossa admiração até então dedicada ao Super-Homem, ao Homem Aranha ou ao Super-Rato para aqueles colegas pintarolas que nos seduzem com os seus relatos sobre as gajas que já "comeram", as que andam a "comer" e as que já estão a pensar em "comer" (inclusive a Teresinha, a boazona do 8oC que nos faz babar só com a sua passagem ondulante…).
Depois, quando nós próprios começamos a conhecer um pouco mais sobre o assunto descobrimos que, na maior parte das vezes, aquilo era mais bazófia do que outra coisa qualquer, e depressa essas personagens passam de heróis a tristes e caricatas figuras.
Na maior parte das vezes acabamos mesmo por chegar à conclusão que afinal são os mais caladinhos que sacam mais miúdas (claro que esta conclusão não se baseia em nenhum algoritmo rigoroso, o que aliás seria impossível visto na equação estar também presente o livre arbítrio feminino).
Coisa semelhante passou-se comigo quando descobri a blogosfera. No início fiquei verdadeiramente fascinado com o tal mainstream blogosférico. De repente os insiders que até então só tínhamos oportunidade de ver na televisão ou ler nos jornais ficavam aqui tão perto, ao alcance dos nossos comentários. As suas esclarecidas discussões, as suas iluminadas crónicas ou as suas prosas excepcionalmente bem escritas deixaram-me muitas horas a olhar embevecido para o ecrã do computador. Os seus posts- tratados cheios de citações (de tipos que se não fosse a Wikipedia eu estava bem tramado) e discorrendo sobre factos que me surgiam como verdadeiras revelações, iam alimentando a minha admiração.
Mas passado algum tempo este fascínio esvaiu-se. Afinal eles não eram assim tão insiders como isso nem tão eruditos como faziam crer. Se calhar na maior parte das vezes aquilo era mesmo só bazófia de posts-plásticos e com sabor a Copy/Paste ou então posts-papagaio que repetem até à exaustão sempre a mesma lenga-lenga (com a devida vénia às excepções, bem entendido). E além disso escrever bem escreve o Camões, o Eça e o Pessoa.
E depois descobri que a verdadeira blogosfera estava afinal muito longe do mainstream e que os seus verdadeiros tesouros estavam muito além do Technorati (pronto! tirando o "E Deus Criou A Mulher"). Os posts mais genuínos, sem pretensões de captar audiências ou exibir doutos conhecimentos, escondidos nos recantos da blogosfera, esses sim tornam-me de facto muito mais sabedor.
E aqui, nesta casa, está o exemplo disso mesmo. É que eu já não troco por nada o comentário político do André (deixemos o desportivo de lado porque isso são outros quinhentos!), o económico do Carlos ou o social da Vera; já não vou mais longe do que o tiro-sempre-certeiro do Hélder, os fait-divers da Carlota ou as sugestões da Cristina; e para me embalar fico já aqui com a prosa da Leonor.
4 Comments:
Oh, MRP, e eu era lá capaz de trocar alguma coisa pelas tuas provocações blogosféricas?!!!
Um ganda Natal p'ra ti também, que já percebi que não volto a pôr-te a vista em cima tão cedo!
Social? Razão tem a Carlota: és cá um provocador!
Bom Natal!
Na mouche :)
(Pelo menos a parte dos Technoratis, que eu não sei nada dessas conversas de engates e tal).
:D
Ricochete, nas saudações.
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