Gosto da Manuela. E depois?
Gosto da Manuela Ferreira Leite. Tive oportunidade de a conhecer há uns anos, quando trabalhei no Parlamento Europeu e, desde então, simpatizo com ela. Era uma senhora simpática, educada e sorridente. E acredito que continue a sê-lo na sua esfera privada.
Não acredito é que, por um segundo, esta senhora tenha ambicionado ocupar o lugar que hoje ocupa no PSD. Em vez disso, tenho a certeza de que se viu forçada a ocupá-lo, por piedade ou por politiquice. Mas admiro-a objectivamente pela coragem de ter aceitado o desafio e de ter trocado a sua pacata vida pela de líder do PSD, pela excessiva exposição pública e pela sujeição ao mais variado tipo de comentários, críticas e até ofensas.
Independentemente de não perceber nada de política e de querer a maior distância de todos esses assuntos que mantêm dois terços da blogosfera entretida, prefiro o discurso cru da Manuela Ferreira Leite às exposições floreadas de Sócrates; gosto mais da sincera ausência de sorriso nela do que do sorriso plastificado dele; e agrada-me mais o look antiquado da líder do PSD do que os fatos modernos e corte-de-cabelo estilizado do primeiro-ministro. Por um só motivo: aprecio a genuinidade.
Por isso apreciei o que disse Manuela Ferreira Leite acerca do casamento, generalizando que ele tem por objectivo a procriação, acerca das grandes obras públicas, sublinhando que servem para aumentar as taxas de emprego em Cabo Verde e na Ucrânia e, finalmente, acerca de suspender a democracia durante seis meses para pôr tudo na ordem. Tenho a certeza de que muitos políticos pensam exactamente o mesmo. Esquerda incluída.
Imagem daqui.
5 Comments:
Muito bem dito!
Arranjaste a bonita...
:)
Sinapse, tu és sempre uma querida!
Ná, Espumante, ninguém me liga nenhuma!
Ora aqui está uma opinião simples e desassombrada. Concordo perfeitamente. Apenas discordo com a suspensão da democracia por seis meses. Em primeiro lugar porque já vivi um longo período de suspensão da democracia, em segundo lugar porque acho que seis meses não seriam suficientes.
Freire de Andrade, gostei muito das palavras que utilizou para qualificar o meu texto. Muito obrigada.
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