Mediosfera: O Estado da Crise
(..) esta é uma crise financeira e bancária, e o sector é provavelmente o mais regulado e intervencionado pelo Estado dos sectores privados. É um sector cujo “produto” (o dinheiro), em primeira instância, é produzido em condições de monopólio pelo Estado, o qual, de resto, define o seu preço arbitrariamente. É também um sector cujas empresas dependem de autorização discricionária do Estado: não se abre um banco como uma loja de ferragens; é o Estado quem autoriza a sua abertura e quem define as condições de operação, impondo regras e regulação muito estritas. Mais: toda a regulação bancária conduz a uma intervenção constante do Estado. (…) Se dependessem apenas das contas públicas, os Estados ocidentais praticamente não conseguiriam fazer políticas sociais. Caso se aplicassem as regras actuais privadas aos Estados, a Bélgica, a Itália ou o Japão já teriam falido muito antes da Lehman Brothers. Vale a pena perguntar: é o fim do “ultraneoliberalismo” (que ninguém sabe o que seja) ou do Estado-Providência como o conhecemos?
Luciano Amaral, O Estado da crise, Meia Hora
Luciano Amaral, O Estado da crise, Meia Hora
Etiquetas: A Grande Crise de 2008, Bodes expiatórios, Estado-providência, Estórias mal contadas, Neoliberalismo
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