WALL-E
A informação maciça num determinado sentido é lida por uma escola da economia (Escola Austríaca, Hayek,...), como uma oportunidade de negócio, não sendo de todo descartável pelo empresário criativo, o qual deve estar atento aos fenómenos sociais (big bang social).
Até aqui nada em contrário.
Tal teoria económica poderá tornar-se um problema político-social-económico quando, os empresários criativos, assumindo esta perspectiva como matriz convertem esta ideia numa deslealdade concorrencial (quando são donos de impérios da comunicação com ligações a outros ramos de negócios, por exemplo).
O que podemos aprender com os economistas liberais/neoliberais?
Na sociedade não se movimentam seres humanos, homens e mulheres de carne e osso, afinal movimentam-se potenciais clientes de futuros produtos.
Contudo, a sociedade actual não deixa de ser uma caixinha de surpresas para qualquer forma de determinismo/dogmatismo.
É que, por vezes, o homem abstracto (consumidor) é um ser dado a humores, interesses e emoções(*), o que é uma redundante chatice. E, por vezes, a produção maciça de informação desencadeia o inverso do que se pretende. O ser humano não é, graças a Deus, assim tão imprevisível.
Contudo, a nossa responsabilidade pelo futuro das próximas gerações exigem-nos uma vigilância constante, principalmente e relativamente a quem pretende transformar o homem comum num homem abstracto.
É por tudo isto e por nada disto que WALL-E é imperdível.
(*) - o discurso apologético da Inteligência Emocional deverá ser, por isto, questionado, problematizado, criticado. A sua utilização poderá ser desencadear uma leitura totalitária/autoritária: cada um, no seu cantinho, não chateando muito, tudo numa onda: afinal até somos muito democráticos. Ao contrário do que nós pensamos a democracia não é, de todo, um dado adquirido.
Até aqui nada em contrário.
Tal teoria económica poderá tornar-se um problema político-social-económico quando, os empresários criativos, assumindo esta perspectiva como matriz convertem esta ideia numa deslealdade concorrencial (quando são donos de impérios da comunicação com ligações a outros ramos de negócios, por exemplo).
O que podemos aprender com os economistas liberais/neoliberais?
Na sociedade não se movimentam seres humanos, homens e mulheres de carne e osso, afinal movimentam-se potenciais clientes de futuros produtos.
Contudo, a sociedade actual não deixa de ser uma caixinha de surpresas para qualquer forma de determinismo/dogmatismo.
É que, por vezes, o homem abstracto (consumidor) é um ser dado a humores, interesses e emoções(*), o que é uma redundante chatice. E, por vezes, a produção maciça de informação desencadeia o inverso do que se pretende. O ser humano não é, graças a Deus, assim tão imprevisível.
Contudo, a nossa responsabilidade pelo futuro das próximas gerações exigem-nos uma vigilância constante, principalmente e relativamente a quem pretende transformar o homem comum num homem abstracto.
É por tudo isto e por nada disto que WALL-E é imperdível.
(*) - o discurso apologético da Inteligência Emocional deverá ser, por isto, questionado, problematizado, criticado. A sua utilização poderá ser desencadear uma leitura totalitária/autoritária: cada um, no seu cantinho, não chateando muito, tudo numa onda: afinal até somos muito democráticos. Ao contrário do que nós pensamos a democracia não é, de todo, um dado adquirido.
Etiquetas: Adão e Eva, Ainda o amor
8 Comments:
Mas a Dona Melancia anda a ditar-te os posts ao ouvido ou quê?
Sem ter visto WALL-E e, baseando-me apenas neste texto, nada do que foi dito é novidade, sabemos que não são situações novas.
É verdade que quem tem um grupo empresarial ligado aos média, em principio aproveita para vender outros seus produtos de outras actividades.
Esses economistas liberais são monetaristas, defendem que uma empresa é feita para dar lucro e, tudo o resto se sujeita a esse principio.
Nós achamos bem? É claro que não. Uma organização empresarial que emprega dezenas, centenas, milhares de pessoas não pode "transformar o homem comum num homem abstracto", sem necessidades, sujeito apenas a velar pelos interesses do empregador.
Por outro lado, uma organização com capacidades monopolistas não deve utilizar essa capacidade para impor previlégios.
A supervisão que a sociedade deve fazer sobre as organizações empresariais e corporativas, deve e costuma objectivar-se em "thinktanks" de investigadores/pensadores, ONGS, Fundações, que são um contraponto aos defensores do monetarismo, que defendem que o que milhares de pessoas produzem, deve ser usufruido apenas por meia dúzia.
Refinem-se e aperfeiçoem-se os mecanismos de supervisão!
Não resisto a um segundo comentário: "a curiosidade e a solidariedade como raízes centrais de uma nova teodiceia".
Definição de teodiceia: "parte da metafísica que trata de Deus e dos seus atributos". Eu recuso-me a usar esta palavra, este conceito, por ser algo abstracto.
francisco tavares.
Vou-me intrometer só para perguntar: não utiliza palavras/conceitos abstractos?!
Claro que utilizo! Mas aqui a questão é teodiceia e o que ela significa.
Como sabe, Cristina, nós partimos de factos concretos, de dados, para generalizar e criar conceitos. É este o método científico.
A ideia de Deus, foi criada para explicar aquilo que não se conseguia perceber, uma espécie de explica-tudo e mais alguma coisa, mas que não explica coisa nenhuma.
Não é um conceito que parte de dados, é um conceito que explica dados, factos, parte de cima. Só isso.
francisco.
A abstracção não é, então, aqui o seu problema. Tudo reside na referência religiosa. Mas isso parecem-me questões bem mais complexas que a simplicidade que lhes quer dar.
Devo dizer que apesar de tudo, adorei o filme.
Cristina,
Eu admito que para mim, analisar questões religiosas seja mais fácil por ter sido seminarista. Depois fiz toda uma evolução mental, de início penosa, mais depois mais fácil e linear e assumida sem apelo nem agravo.
Por isso a complexidade a que se refere depende do grau de conhecimento que tivermos do assunto em questão.
No entanto, a evolução em relação à laicização da sociedade é real e está em andamento. E ainda bem. Porque a religião, as várias religiões, têm dados origens a muitas guerras.
Fico por aqui, mas podia dizer muito mais.
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