A obsessão económica
Detesto economia, mas cada vez estou mais consciente de que é necessário começar a conhecer algo sobre o reino dos números, para perceber, por exemplo, a obsessão económica dos governos ocidentais e o poder desproporcionado de algumas entidades como o FMI, Banco Mundial, OCDE, Tesouro Americano e o Banco Europeu.
Stiglitz, um dos nóbeis da Economia, alerta para as pressões dos mercados financeiros sobre as entidades referidas anteriormente, e que o poder nunca é só de uma pessoa, aliás até refere os poderes dos respectivos lobbies e da informação direccionada que chega a determinado presidente, e da ideologia de expansão neoliberal que põe a tónica exclusiva na liberalização dos mercados.
À partida tenho alguma aversão a posições fundamentalistas, daí que seja importante, para mim, tentar perceber a razão porque determinados estados enveredaram cegamente por políticas de estado mínimo, sem terem a noção do que se passa nos seus países e de como as mesmas poderão ser tão dramáticas em países cujo ordenado mínimo é de 400 euros, por exemplo.
A face visível da moeda são os números, daí que convide os nossos governantes a fazerem as seguintes contas de merceeiro. Imagine uma família com 4 elementos, casal: 2 operários fabris, 1 filho em escolaridade obrigatória, 1 filho creche.
Gastos mensais:
- mercearia - 200 eur
- pão - 40 eur
- peixe - 50 eur
- carne - 50 eur
- electricidade, água, telefone - 40 eur
- empréstimo da casa - 300 eur
- creche - 100 eur
- gasóleo - 40 eur
Total despesas 820 eur.
Total do ordenado do casal: 800 eur
Este casal poderá recorrer à ajuda social para comprar livros para o filho, o mesmo no que diz respeito à roupa, obviamente não irá a nenhum tipo de actividade cultural, terá um carro já pago, irá ao centro de saúde, portanto lá conseguirá arranjar os módicos 2/3 euros de pagamento da consulta.
Pergunto-me: é possível ser governante de um país e não perceber que tipo de país real é que se tem?
É que não me parece que os mercados financeiros se preocupem demasiado com as populações dos diversos países onde pretendem impor a sua ideologia económica, e, muito sinceramente, não têm nada que se preocupar. Quem tem de se preocupar são os governantes desses países que sofrem pressões das organizações económicas que pretendem impor um determinado tipo de economia que lhes seja mais favorável. Um governante que não tenha a noção disto parece-me sofrer de um tipo de autismo muito especial: ingenuidade obsessivo-compulsiva.
Daí que eu esteja muito interessada em perceber como é que Pedro Passos Coelho defende o estado mínimo e ao mesmo tempo melhor saúde, educação, etc.
A originalidade de alguns políticos terá sempre de ser considerada, daí que tenhamos razões para não temer a ignorância histórica de alguns economistas, como diria Vitorino Magalhães Godinho.
Agenda Cultural
Cinema: Bolo de Neve, com Sigourney Weaver;
Música: Sempre de Mim, Camané
Livro: A Corrosão do Carácter, Richard Sennett
Stiglitz, um dos nóbeis da Economia, alerta para as pressões dos mercados financeiros sobre as entidades referidas anteriormente, e que o poder nunca é só de uma pessoa, aliás até refere os poderes dos respectivos lobbies e da informação direccionada que chega a determinado presidente, e da ideologia de expansão neoliberal que põe a tónica exclusiva na liberalização dos mercados.
À partida tenho alguma aversão a posições fundamentalistas, daí que seja importante, para mim, tentar perceber a razão porque determinados estados enveredaram cegamente por políticas de estado mínimo, sem terem a noção do que se passa nos seus países e de como as mesmas poderão ser tão dramáticas em países cujo ordenado mínimo é de 400 euros, por exemplo.
A face visível da moeda são os números, daí que convide os nossos governantes a fazerem as seguintes contas de merceeiro. Imagine uma família com 4 elementos, casal: 2 operários fabris, 1 filho em escolaridade obrigatória, 1 filho creche.
Gastos mensais:
- mercearia - 200 eur
- pão - 40 eur
- peixe - 50 eur
- carne - 50 eur
- electricidade, água, telefone - 40 eur
- empréstimo da casa - 300 eur
- creche - 100 eur
- gasóleo - 40 eur
Total despesas 820 eur.
Total do ordenado do casal: 800 eur
Este casal poderá recorrer à ajuda social para comprar livros para o filho, o mesmo no que diz respeito à roupa, obviamente não irá a nenhum tipo de actividade cultural, terá um carro já pago, irá ao centro de saúde, portanto lá conseguirá arranjar os módicos 2/3 euros de pagamento da consulta.
Pergunto-me: é possível ser governante de um país e não perceber que tipo de país real é que se tem?
É que não me parece que os mercados financeiros se preocupem demasiado com as populações dos diversos países onde pretendem impor a sua ideologia económica, e, muito sinceramente, não têm nada que se preocupar. Quem tem de se preocupar são os governantes desses países que sofrem pressões das organizações económicas que pretendem impor um determinado tipo de economia que lhes seja mais favorável. Um governante que não tenha a noção disto parece-me sofrer de um tipo de autismo muito especial: ingenuidade obsessivo-compulsiva.
Daí que eu esteja muito interessada em perceber como é que Pedro Passos Coelho defende o estado mínimo e ao mesmo tempo melhor saúde, educação, etc.
A originalidade de alguns políticos terá sempre de ser considerada, daí que tenhamos razões para não temer a ignorância histórica de alguns economistas, como diria Vitorino Magalhães Godinho.
Agenda Cultural
Cinema: Bolo de Neve, com Sigourney Weaver;
Música: Sempre de Mim, Camané
Livro: A Corrosão do Carácter, Richard Sennett
Etiquetas: acabou de me cair o cérebro, Não se mexam
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