sábado, maio 17, 2008

E os leitores?

A Feira do Livro de Lisboa vai ser adiada na impossibilidade das partes em litígio de chegarem a um acordo. Esta trica assemelha-se ao caso Esmeralda, em que cada um pensa em si e a criança, coitada, anda lá pelo meio ou uma desavença de comadres, cada uma lutando por um pedaço de terra a mais para plantar as couves e as batatas no quintal. Não me interessa quem tem razão, o meu disco rígido não comporta ditos e mexericos, intrigas e manobras. Sendo questionáveis os moldes como a Feira era organizada e disposta e urgindo uma remodelação mais adequada, de forma a dar mais vida ao evento, uma coisa eu sei, e falo apenas como leitora, afinal qual é o papel dos leitores no meio de tanta disputa? A Feira do Livro acompanha-me desde sempre e também ela terá forjado o meu gosto pela leitura. Remonta aos primórdios da minha existência, quando ir à Feira, ainda pela mão dos meus pais, constituía um ponto alto do fim da Primavera e me era dada a autonomia para poder escolher os livros do meu agrado. Razões de coração obviamente. Por isso também sinto-me desrespeitada. A Leya, a Apel e a Câmara Municipal de Lisboa zelam afinal pelos interesses de quem? Devia ser pelos dos leitores, ao que parece, esses serão os últimos a ser contemplados. Ainda não ouvi falar deles. Este ano, não irei à Feira do Livro.
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4 Comments:

Blogger cristina said...

Perceo, mas acho que, de facto, estás a falar com o coração... A comparação com o caso Esmeralda é claramente exagerada e não vejo bem porque devam os leitores ser chamados neste litígio...

«Este ano, não irei à Feira do Livro.»

Isso é um ponto de honra ou apenas uma casualidade de compromissos?

domingo, maio 18, 2008 2:21:00 da tarde  
Blogger LeonorBarros said...

Se gostasses de ler entenderias.

domingo, maio 18, 2008 4:30:00 da tarde  
Blogger cristina said...

Eu gosto.
Lá está, estás a falar com o coração.

domingo, maio 18, 2008 6:36:00 da tarde  
Blogger Leonor said...

São pontos de vista, Cristina. É um desrespeito pelos leitores andarem até à última com questiúnculas de pavilhões e deixarem no ar a hipótese de não haver feira. Só ontem é que houve acordo. Por exemplo, se a Leya não estivesse presente, iriam privar os leitores de contactar com uma parte substancial de livros e escritores, uma vez que aglutinaram várias editoras. A Feira do Livro é um acontecimento importante para quem há décadas a visita. Como eu há muitos. Sem escritores e leitores não há livros e sem livros e leitores não há feira, logo os leitores são uma parte importante e que merece consideração.

domingo, maio 18, 2008 7:55:00 da tarde  

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