segunda-feira, março 31, 2008

Macedónia dos Setenta


Acasos da vida impediram-me de escrever sobre os anos setenta. Mas ainda bem! É que não faço ideia sobre como poderia dar a minha impressão relativamente a uma época de que guardo tão vagas memórias, entre as quais se encontram certamente variadas referências a coisas que nem sequer são originárias dessa década, mas anteriores.

Contudo, porque hoje é o último dia do mês e eu já estou de volta ao ram-ram, aqui ficam uma série de coisas relativas ao tema que me vêm à memória assim de repente: muitos homens com bigode, mulheres de mini-saia, garrafões de cinco litros de vinho, sacos de pão fresco pendurados do lado de fora da porta logo pela manhã, aqueles grelhadores todos metalizados para fazer frango no espeto, os livros da Anita, o apito dos afiadores de facas e tesouras, cristaleiras de portas de vidro cheias de serviços de copos, o centro comercial Apolo 70, aquela música com que começavam as emissões da RTP, os VW carochas, o Fungagá da bicharada do José Barata-Moura, e, porque a lista já vai longa, o meu primeiro dia no infantário, em que a professora me enganou fechando a minha mãe numa das salas da escola e dizendo a gente já vem cá buscá-la. Foi nesse dia que aprendi o lema "mais do que confiar, desconfia!". Serviu-me bastante nas décadas seguintes.

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