Recordar Natália Correia [2]
MALVADAS LÍNGUAS QUE DÃO FEL À FAMA
Malvadas línguas que dão fel à fama
Dizem que nestes lúdicos quadrantes,
Os políticos querem é ter mama.
Como não hão-de querer se são lactantes?
Do tenro Alfaia o génio petroleiro
Já no berço os emires embasbacou.
Mal saltou o rebento do cueiro
Logo espantosa pasta sobraçou.
Entre os gigantes sociais, um ás
Com chucha e birra na pueril veneta,
Todo o planeta assombra: é o Ferraz.
Como não há-de a CIP querer chupeta?
Muito a preceito dos cristãos fervores
do CDS, o Lucas é o retrato
De um menino Jesus entre os doutores
A meter Mestre Freitas num sapato.
Também o PSD lá nos seus topes
Um prodígio infantil com brio exibe.
É o pasmoso bebé Santana Lopes
Que PR há-de ser de arquinho e bibe.
Há ainda o Jaimito que nas cristas
Do PS a singrar é mesmo um Gama.
Dá beliscões no Soares sem dar nas vistas.
Faça o que faça o puto não se trama.
Porém como o Marcelo neste mapa
A brincar aos cow-boys não há nenhum.
Passa rasteira: o mais subtil derrapa;
Dá ao gatilho e faz: pum-pum.
Onde os meninos de tudo são senhores
Forçoso é que da asneira haja fartura.
E se alguns deles são uns estupores.
É só por traquinice. É só candura.
in O Bisnau, n.º 5, 1983
Etiquetas: Natália Correia, Poesia, Saudade
1 Comments:
Parab´ns pela memória e obrigdinho pela dica, que usei sem pedir. Aqui:
http://setevidascomoosgatos.blogspot.com/2008/02/no-fui-eu-que-disse.html
cumprimentos
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