Por amor ao ambiente
Hesitei esta semana em comprar a "Visão", quebrando o hábito de há muitos anos a esta parte, embora não tenha sido a primeira vez que, depois de trazer a revista para casa, me questionei porque continuo a fazê-lo quase religiosamente. Esta semana, a revista cobriu-se de verde em homenagem ao ambiente, tendo sido extensível esta orientação ao teor dos textos publicados. Sendo o ambiente uma questão prioritária, ainda não consegui aferir se se trata de uma preocupação genuína ou apenas de mais uma moda, esta que deu agora em transformar as preocupações ambientais num tema recorrente, quando a catástrofe se vem instalando há vários e longos anos.
Um dos artigos publicados incide sobre os bons caminhos – como odeio a expressão boas práticas- a tomar no quotidiano caso queiramos ser amigos do ambiente. Nada contra, tenho essa preocupação todos os dias. Não obstante, houve dois conselhos que deixaram perplexa. O primeiro. A louça descartável está completamente fora de moda – não a use, sequer em festas. Ora, louça descartável em minha casa é exactamente como palitos de madeira: inexistentes e nem sequer uma hipótese. Chegam-me os aniversários infantis ou outras ocasiões em que faço o sacrifício de comer e beber em pratos e copos de plástico, raros, diga-se em abono da verdade, e isto porque o copo é para mim pelo menos um terço do prazer provocado pelo seu conteúdo. E agora a segunda dica que me encanitou mais do que a primeira: Há outras atitudes que só lhe ficam bem, recuse publicidade directa, se não lhe interessa. É menos papel que acumula. A sério? E que tal se começassem logo pela própria revista e pelos jornais? Não há jornal ou revista que não cuspa um prospecto publicitário assim que manuseada. Quantas árvores serão destruídas e qual o impacto ambiental das dezenas de panfletos que nos chegam sem os termos pedido? Gostaria de ver chegar o dia em que posso comprar tranquilamente um jornal sem que das entranhas lhe saiam cadernos de publicidade encapotados sob a designação pomposa de suplemento. Durante o fim-de-semana acumulei suplementos sobre cabelos, imobiliário, emprego e informática, publicidade a uma loja de electrodomésticos, a relógios de pulso, a material informático, a um cadeirão que alivia as dores cervicais, a um televisor que oferece um trem de cozinha caso se faça reserva imediata, a um catálogo para vendas on-line, outro para venda de telemóveis e um prospecto anunciando o último livro de José Rodrigues dos Santos. Muito lixo, portanto, lixo que preferia não ter feito caso os jornais não viessem prenhes de tanta inutilidade. Eu agradecia e o ambiente também.
Um dos artigos publicados incide sobre os bons caminhos – como odeio a expressão boas práticas- a tomar no quotidiano caso queiramos ser amigos do ambiente. Nada contra, tenho essa preocupação todos os dias. Não obstante, houve dois conselhos que deixaram perplexa. O primeiro. A louça descartável está completamente fora de moda – não a use, sequer em festas. Ora, louça descartável em minha casa é exactamente como palitos de madeira: inexistentes e nem sequer uma hipótese. Chegam-me os aniversários infantis ou outras ocasiões em que faço o sacrifício de comer e beber em pratos e copos de plástico, raros, diga-se em abono da verdade, e isto porque o copo é para mim pelo menos um terço do prazer provocado pelo seu conteúdo. E agora a segunda dica que me encanitou mais do que a primeira: Há outras atitudes que só lhe ficam bem, recuse publicidade directa, se não lhe interessa. É menos papel que acumula. A sério? E que tal se começassem logo pela própria revista e pelos jornais? Não há jornal ou revista que não cuspa um prospecto publicitário assim que manuseada. Quantas árvores serão destruídas e qual o impacto ambiental das dezenas de panfletos que nos chegam sem os termos pedido? Gostaria de ver chegar o dia em que posso comprar tranquilamente um jornal sem que das entranhas lhe saiam cadernos de publicidade encapotados sob a designação pomposa de suplemento. Durante o fim-de-semana acumulei suplementos sobre cabelos, imobiliário, emprego e informática, publicidade a uma loja de electrodomésticos, a relógios de pulso, a material informático, a um cadeirão que alivia as dores cervicais, a um televisor que oferece um trem de cozinha caso se faça reserva imediata, a um catálogo para vendas on-line, outro para venda de telemóveis e um prospecto anunciando o último livro de José Rodrigues dos Santos. Muito lixo, portanto, lixo que preferia não ter feito caso os jornais não viessem prenhes de tanta inutilidade. Eu agradecia e o ambiente também.
Etiquetas: Ambiente
6 Comments:
Boa!
Obrigada, Ana :-)
eu preocupo-me com o meio ambiente não por ser moda. mas realmente tens razão o que se poupava em árvores se tirassem todas as porcarias dos jornais e revistas.
E o preço do jornal subia para os 1o euros.
É tipo, olha para o que eu digo não olhes para o que eu faço.
A melhor opção é a versão on-line, portanto, sempre há uma alternativa, contudo, não deixa de ter razão a autora do texto, porém...
Obrigada a todos pelos comentários :-)
Uma vez que gosto do contacto com o jornal em si, a alternativa on-line nunca me deixa muito satisfeita. Recorro a ela para notícias pontuais, mas não me substitui o prazer de ler o jornal ao fim-de-semana.
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