O poder das palavras
O gerúndio foi proibido no Brasil. Ao que parece o tempo verbal indiciava a ineficiência, a calmaria de algo que não se faz de imediato, mas se está fazendo. E fiquei a pensar: algo que se está tratando, não se trata, é um facto, e, assim sendo, corre-se o risco de cair para sempre nas malhas desse tempo contínuo, arrastado pela lânguidez dos dias sem chegar a términus algum. As palavras não são apenas palavras, são formas de agir e, quando as formas de agir não servem, pode começar-se também pelas palavras.
8 Comments:
postei o mesmo, já estava a ver que não iam dizer nada por estes lados...
Achei muita piada à notícia, embora reaja mal a este tipo de proibições.
Mariana, nem tanto à terra nem tanto ao mar ...
Leonor
Essa de irem por aí proibindo a língua, toldando-lhe o movimento, castrando-lhe a evolução, só pode vir de políticos... estão ficando longe da realidade mesmo!
Beijos
será que o português deles vai, finalmente, começar a parecer-se com o nosso? :)
Atão e agora, o alentejo? hã? cuméque fica? Sózinho no gerúndio? Ó o acordo ortográfico vai meter-se nisto, hã?
Pensaaaando...
Fábula, espero bem que não. Eu gosto do Português do Brasil. A riqueza neste caso vem da diferença, se o Português do Brasil se perdesse seria uma catástrofe para os amantes da literatura brasileira, para mim, portanto, além de outras questões que dariam uma tese.
É proibido proibir :-)
Bjs
Os cortes na língua doem que se fartam. E há coisas que são mesmo para se ir fazendo devagar, sem pressas.
beijos
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