De malas e bagagens
Ao contrário do Carlos, eu não gosto de viajar de carro. Primeiro, aborreço-me facilmente, fico impaciente e inquieta. Segundo, a minha auto-disciplina é muito pouco resiliente neste caso e, quando chega a altura de fazer malas, cabe sempre algo mais. Terceiro, os destinos que se me afiguram apelativos dificilmente se deixam alcançar por via terrestre.
Quando se viaja de avião, corre-se o risco de encontrarmos passageiros – ora, deixa-me cá procurar um adjectivo maneirinho- pouco cordatos com as regras elementares de convívio, como por exemplo, os que espetam os joelhos no banco à sua frente, nas nossas costas, portanto, ou que se entretêm a revolver os botões por cima das cabeças ou os que se estendem sem ver se, por um acaso, incomodam alguém. Claro que também existem verdadeiras peregrinações à casa-de-banho. Caso tenhamos o azar de ficar num lugar contíguo a este verdadeiro local de culto, é fácil observar as idas e vindas em catadupa. Das últimas oito horas em que me vi na situação descrita, sete delas foram verdadeiras expedições ao cubículo mágico. A parte boa de se viajar de avião, além de ser rápido e, por vezes, o único meio possível para chegar a lugares mais recônditos com maior rapidez, é que me obriga a uma disciplina metódica e ascética no que respeita às bagagens. Vinte quilos apenas. Tudo é racionalizado, sapatos, calças, vestidos, t-shirts, casacos, biquinis ou havaianas, dependendo do destino. Tudo com peso e medida. E livros, claro está, livros. Não viajo sem livros, mas se viajo de avião, vai apenas um guia, imprescindível, e um outro de ficção habitualmente, indispensável também.
Ora, viajando de carro, eu posso levar os livros que entender e esta minha alma geminiana raramente se satisfaz apenas com um livro. Foi assim que para uma semana em terras lusas, encafuei seis livros: Hoje Não de José Luís Peixoto, As Mulheres do Meu Pai e Passageiros em Trânsito de José Eduardo Agualusa, James Lins, Um playboy que não deu certo de Mário Prata, Diário do Farol de João Ubaldo Ribeiro e A mulher que prendeu a chuva de Teolinda Gersão. Pensando bem, talvez esta, só por si, fosse razão suficiente para me render às viagens de automóvel por esse mundo fora, mesmo ficando com o carro a abarrotar, mas o mundo é grande e imenso e do ratio entre o tempo de vida que me resta e dos locais que gostaria ainda de visitar, resta-me disciplinar, castigar e domar esta bulimia livresca.
Quando se viaja de avião, corre-se o risco de encontrarmos passageiros – ora, deixa-me cá procurar um adjectivo maneirinho- pouco cordatos com as regras elementares de convívio, como por exemplo, os que espetam os joelhos no banco à sua frente, nas nossas costas, portanto, ou que se entretêm a revolver os botões por cima das cabeças ou os que se estendem sem ver se, por um acaso, incomodam alguém. Claro que também existem verdadeiras peregrinações à casa-de-banho. Caso tenhamos o azar de ficar num lugar contíguo a este verdadeiro local de culto, é fácil observar as idas e vindas em catadupa. Das últimas oito horas em que me vi na situação descrita, sete delas foram verdadeiras expedições ao cubículo mágico. A parte boa de se viajar de avião, além de ser rápido e, por vezes, o único meio possível para chegar a lugares mais recônditos com maior rapidez, é que me obriga a uma disciplina metódica e ascética no que respeita às bagagens. Vinte quilos apenas. Tudo é racionalizado, sapatos, calças, vestidos, t-shirts, casacos, biquinis ou havaianas, dependendo do destino. Tudo com peso e medida. E livros, claro está, livros. Não viajo sem livros, mas se viajo de avião, vai apenas um guia, imprescindível, e um outro de ficção habitualmente, indispensável também.
Ora, viajando de carro, eu posso levar os livros que entender e esta minha alma geminiana raramente se satisfaz apenas com um livro. Foi assim que para uma semana em terras lusas, encafuei seis livros: Hoje Não de José Luís Peixoto, As Mulheres do Meu Pai e Passageiros em Trânsito de José Eduardo Agualusa, James Lins, Um playboy que não deu certo de Mário Prata, Diário do Farol de João Ubaldo Ribeiro e A mulher que prendeu a chuva de Teolinda Gersão. Pensando bem, talvez esta, só por si, fosse razão suficiente para me render às viagens de automóvel por esse mundo fora, mesmo ficando com o carro a abarrotar, mas o mundo é grande e imenso e do ratio entre o tempo de vida que me resta e dos locais que gostaria ainda de visitar, resta-me disciplinar, castigar e domar esta bulimia livresca.
foto: minha
3 Comments:
Boas férias!
Beijos
Ainda não fui de férias :-)
Mas obrigada na mesma
Gosto da foto! Tirada de um avião, certo?
Quanto aos transportes, depende dos objectivos... Se o objectivo for apenas o destino, o avião é mais prático, sim sra. Mas se for também o percurso, na falta de comboio, o automóvel é o ideal.
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