segunda-feira, julho 30, 2007

Estou a tentar postar

sem ganhar uma gota de suor.

Carlos, eu sou uma espécie de Ilha dos Amores?

Estou em vésperas de partir para férias, nestes últimos dias tenho andado numa azáfama dos diabos, espantei-me, por diversas vezes, entre o diabo e a azáfama .

Os meus espantos, um a um:

- o senador "a minha verdade é que sou um americano homossexual" casado com a portuguesa Dina Matos. Ao que parece o senhor quase chegou à casa branca. Este "quase" é empiricamente rico. Tal como é humanamente rico o comportamento do ex-senador "a minha verdade". A senhora ex-mulher do ex-senador que ex-chegou à White House deveria ter colocado como título do seu livro "História Exemplar de Dina Matos e Jim McGreevey*" o asterisco remeteria os americanos para o conto extraordinário de Mark Twain "História Exemplar de Edward Mills e George Benton"em que o bonzinho Edward carrega aos ombros, durante toda a vida, as agruras do mauzinho George. A sociedade transforma Edward no símbolo do "Sê puro, honesto, inimigo da bebida, trabalhador, respeitado, e nunca te faltarão amigos" e coroa-o na lápide com o epitáfio "Sê puro, honesto, inimigo da bebida, trabalhador, respeitado, e nunca terás...", entretanto, durante toda a vida, o mauzinho George foi "impuro, desonesto, amigo da bebida, preguiçoso, aldrabão, ladrão, e nunca lhe faltaram candidatos a ajudá-lo a converter-se numa alma sã" entre a conversão e a desconversão de George, o malogrado Edward passou fome, foi roubado e morto pelo irmão. O ex-senador Jim, ex-habitante da Casa Branca, seria um exemplar digno de conversão para qualquer americano bonzinho que se preze.


- Marianne Faithfull cantando "Like Being Born". Não há palavras!

- A facilidade de fazer um pequeno filme com o Movie Maker. Há três semanas que, nos tempos livres, ando a experimentar e divirto-me imenso (olá, Carlos!).

- Os amores de Salazar de Felícia Cabrita, revelam uma outra faceta do Presidente do Conselho. Cabrita diz que Salazar nunca fez nenhuma mulher feliz, pois a sua leitura dos romances de Salazar colocam a mulher num papel de vítima utilizada para um determinado fim. Não direi que no caso de uma ou outra tal não tenha sido verdade, contudo, tanto a jornalista, como a vidente, como a esfuziante Laura, também souberam tirar partido da relação. Pareceram-me mulheres demasiado práticas para terem sido utilizadas, sem deixarem também de o fazer. Conheci alguns padres, um ex-professor da faculdade e um ex-colega seminarista, cujo perfil era idêntico ao de Salazar: cinzetismo de ideias, beatismo, mesquinhez e manipulação dos outros. Provavelmente será essa a formação essencial de um seminarista.
O livro está escrito de uma forma jornalística, bastante factual, com uma ou outra interpretação mais subjectiva, mas lê-se muito bem.
Apesar de perceber a separação dos capítulos por nomes de mulheres, essa separação torna-se confusa, pois há mulheres que se cruzam temporalmente e, por exemplo, no que diz respeito à "governanta de Portugal" e "Maria Adelaide" os factos são escassos e as páginas que lhes são dedicadas parecem mais uma espécie de "estica-temática".
Contudo, apesar de se sentir que o tratamento do tema teria ficado enriquecido com mais investigação, é uma leitura histórica recomendável para quem pretenda perceber a personalidade de António de Oliveira Salazar.

- Deixo-vos com o meu Best of Verão 2007:

Hey Eugene - Pink Martini
Elis & Tom - Elis & Tom
Neon Bible - Arcade Fire (Carlos, 'tou convertida!)
Groove Junkies 1995 - 2005 - Cool Hipnoise
Marie Antoniette - Banda Sonora
Ella Fitzgerald - The Complete Songbooks (Ella é uma deusa!)
Amoroso/Brasil - João Gilberto
Walk the Line - Banda sonora Johnny Cash
The Decline Of Country And Western Civilization - Lambchop
Gospels - Mavis Staples
Sex Machine: The Very Best Of - James Brown

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1 Comments:

Blogger Carlos Malmoro said...

Não, "uma espécie" de Alice no País das Maravilhas ;)

segunda-feira, julho 30, 2007 8:51:00 da tarde  

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