Os imigrantes e o mau estar Ocidental
Sempre que se vivem dificuldades económicas a culpa é do outro.
O outro a jeito é o imigrante.
O imigrante é outro porque não fala a nossa língua, não tem a mesma cor de pele, nalguns casos, não possui os mesmos valores, defende outra religião, tem outro tipo de cultura, é pouco civilizado, noutros, tem outro ritmo de trabalho, pensa de maneira diferente, embora se dedique a um tipo de trabalho que a maioria dos naturais desprezam.
O que é no mínimo interessante.
Os partidos que nascem perante tamanha oportunidade são normalmente dirigidos por salvadores da pátria e portadores da boa nova tão em moda: o politicamente incorrecto. Em nome do politicamente incorrecto já li muitas barbaridades, tantas quantas as das dos defensores do politicamente correcto.
Se defendo uma sociedade cujos pilares são indubitavelmente:
- respeito pelo outro
- boa-fé
- cortesia
- e solidariedade social
estou a ser, para alguns, politicamente correcta.
Embora não pense que em nome da solidariedade social a sociedade:
- deva beneficiar os imigrantes em detrimento dos naturais;
- deva colocar no mesmo campo de igualdade quem produz e quem não produz;
- deva baixar o nível do conhecimento para que todos possam lá chegar;
- deva construir igualdades injustas principalmente para quem consegue ir mais longe.
Uma sociedade é uma espécie de maratona.
Normalmente inscrevem-se nas grandes maratonas milhares de atletas, mas é do conhecimento geral que só um ganhará a prova. Contudo apesar de haver só um vencedor existem vários que chegam ao fim. Já assisti à satisfação de alguns últimos classificados. Os desistentes manifestando, provavelmente, descontentamento consigo próprios, alguns, e outros nem por isso, por variadíssimas razões.
A sociedade ideal deveria ser assim.
Todos com as mesmas oportunidades, mas respeitando-se as diferenças.
Não percebo, por exemplo, qual é a razão de uma empregada de limpeza ser menosprezada socialmente quando é competente e faz o seu trabalho com profissionalismo e um médico possuir regalias sociais extraordinárias quando é incompetente e pouco profissional.
Regressando à imigração, nalguns países europeus fomentaram-se algumas políticas mas cujo resultado foi devastador. Em relação, por exemplo, à promoção da natalidade. Concederam-se abonos de família apelativos e nalgumas ruas de Bruxelas, pela manhã, é comum verem-se mães árabes com três, quatro, cinco crianças, a caminho das respectivas escolas, jardins de infância e creches. O ser humano é, de uma forma geral, facilista, tornou-se óbvio para o imigrante a mais valia de se "produzirem" crianças e tamanho estatuto fomentou o "ódio" dos belgas perante os imigrantes árabes, em geral, já para não falar no propagado ódio, entre si, politicamente endeusado.
O imigrante deve ser tratado de forma igual e ter as mesmas oportunidades que os naturais.
O que eu vejo nalguns portugueses é a verbalização do seu racismo.
Mas assisto, verdadeiramente pasmada, a conversas hilariantes entre portugueses e imigrantes, os portugueses com a sua habitual sede de ser prestativo, os imigrantes não percebendo mas apreciando a postura.
Assisto, com frequência, a conversas entre croatas e a dona de uma merceariazinha de aldeia, cuja escolaridade é a quarta classe.
A tal merceeira não se coibe de dizer que os imigrantes, os retornados (lembram-se?) vieram para cá roubar trabalho aos portugueses (a tal mensagem primária do PNR) e depois conversar atabalhoadamente e de forma cordial com os imigrantes que lhe surgem na loja e até "aviar fiado" quando se apercebe que eles são trabalhadores e "coitados também precisam de comer" e até se revolta com os patrões que, aproveitando-se da ignorância da língua, os explora não lhes pagando, por exemplo.
O ser humano é incoerente e primário.
Contudo, caríssimo leitor, não é da minha pena que, em nome da coerência analítica, surgirão mensagens politicamente benfazejas aos oportunistas que pretendam explorar crenças animalescas e primárias.
Tanto os seguidores de Le Pen, como os "abutres" religiosos que esvoaçam em torno da Universidade da Virginia, estão, para mim, ao mesmo nível e o seu objectivo será sempre o mesmo: o sangue dos outros!
O outro a jeito é o imigrante.
O imigrante é outro porque não fala a nossa língua, não tem a mesma cor de pele, nalguns casos, não possui os mesmos valores, defende outra religião, tem outro tipo de cultura, é pouco civilizado, noutros, tem outro ritmo de trabalho, pensa de maneira diferente, embora se dedique a um tipo de trabalho que a maioria dos naturais desprezam.
O que é no mínimo interessante.
Os partidos que nascem perante tamanha oportunidade são normalmente dirigidos por salvadores da pátria e portadores da boa nova tão em moda: o politicamente incorrecto. Em nome do politicamente incorrecto já li muitas barbaridades, tantas quantas as das dos defensores do politicamente correcto.
Se defendo uma sociedade cujos pilares são indubitavelmente:
- respeito pelo outro
- boa-fé
- cortesia
- e solidariedade social
estou a ser, para alguns, politicamente correcta.
Embora não pense que em nome da solidariedade social a sociedade:
- deva beneficiar os imigrantes em detrimento dos naturais;
- deva colocar no mesmo campo de igualdade quem produz e quem não produz;
- deva baixar o nível do conhecimento para que todos possam lá chegar;
- deva construir igualdades injustas principalmente para quem consegue ir mais longe.
Uma sociedade é uma espécie de maratona.
Normalmente inscrevem-se nas grandes maratonas milhares de atletas, mas é do conhecimento geral que só um ganhará a prova. Contudo apesar de haver só um vencedor existem vários que chegam ao fim. Já assisti à satisfação de alguns últimos classificados. Os desistentes manifestando, provavelmente, descontentamento consigo próprios, alguns, e outros nem por isso, por variadíssimas razões.
A sociedade ideal deveria ser assim.
Todos com as mesmas oportunidades, mas respeitando-se as diferenças.
Não percebo, por exemplo, qual é a razão de uma empregada de limpeza ser menosprezada socialmente quando é competente e faz o seu trabalho com profissionalismo e um médico possuir regalias sociais extraordinárias quando é incompetente e pouco profissional.
Regressando à imigração, nalguns países europeus fomentaram-se algumas políticas mas cujo resultado foi devastador. Em relação, por exemplo, à promoção da natalidade. Concederam-se abonos de família apelativos e nalgumas ruas de Bruxelas, pela manhã, é comum verem-se mães árabes com três, quatro, cinco crianças, a caminho das respectivas escolas, jardins de infância e creches. O ser humano é, de uma forma geral, facilista, tornou-se óbvio para o imigrante a mais valia de se "produzirem" crianças e tamanho estatuto fomentou o "ódio" dos belgas perante os imigrantes árabes, em geral, já para não falar no propagado ódio, entre si, politicamente endeusado.
O imigrante deve ser tratado de forma igual e ter as mesmas oportunidades que os naturais.
O que eu vejo nalguns portugueses é a verbalização do seu racismo.
Mas assisto, verdadeiramente pasmada, a conversas hilariantes entre portugueses e imigrantes, os portugueses com a sua habitual sede de ser prestativo, os imigrantes não percebendo mas apreciando a postura.
Assisto, com frequência, a conversas entre croatas e a dona de uma merceariazinha de aldeia, cuja escolaridade é a quarta classe.
A tal merceeira não se coibe de dizer que os imigrantes, os retornados (lembram-se?) vieram para cá roubar trabalho aos portugueses (a tal mensagem primária do PNR) e depois conversar atabalhoadamente e de forma cordial com os imigrantes que lhe surgem na loja e até "aviar fiado" quando se apercebe que eles são trabalhadores e "coitados também precisam de comer" e até se revolta com os patrões que, aproveitando-se da ignorância da língua, os explora não lhes pagando, por exemplo.
O ser humano é incoerente e primário.
Contudo, caríssimo leitor, não é da minha pena que, em nome da coerência analítica, surgirão mensagens politicamente benfazejas aos oportunistas que pretendam explorar crenças animalescas e primárias.
Tanto os seguidores de Le Pen, como os "abutres" religiosos que esvoaçam em torno da Universidade da Virginia, estão, para mim, ao mesmo nível e o seu objectivo será sempre o mesmo: o sangue dos outros!
1 Comments:
Excelente post!
Enviar um comentário
Voltar à Página Inicial