... e isto é só para contradizer
este livro. passa um dedo pela página, sente o papel
como se sentisses a pele do meu corpo, o meu rosto.
este livro tem palavras, esquece as palavras por
momentos. o que temos para dizer não pode ser dito.
sente o peso deste livro. o peso da minha mão sobre
a tua. damos as mãos quando seguras este livro.
não me perguntes quem sou. não me perguntes nada.
eu não sei responder a todas as perguntas do mundo.
pousa os lábios sobre a página, pousa os lábios sobre
o papel. devagar, muito devagar. vamos beijar-nos.
José Luis Peixoto; "este livro. Passa um dedo pela página, sente o papel", O Amor in A casa, a Escuridão, pág 19
há uma palavra mágica que se diz. essa palavra
é sempre diferente. montanha, precipício, brilho.
essa palavra pode ser um olhar. a voz. um olhar.
essa palavra pode ser o espaço de silêncio onde
não se disse uma palavra. brilho, (..........) , montanha.
essa palavra pode ser uma palavra, qualquer palavra.
há uma palavra mágica que se diz. há um momento.
depois dessa palavra, só depois dessa palavra,
pode começar o amor.
José Luis Peixoto; "Encantamento" , O Amor in A casa, a Escuridão, pág 14
Etiquetas: José Luís Peixoto, Poesia
1 Comments:
Espera lá... onde é que eu vi coisas do José Luis Peixoto? :)
Enviar um comentário
Voltar à Página Inicial