quinta-feira, novembro 23, 2006

emoções

jacinta esteve ontem em Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, com a sua day dream tour.

confesso-vos que não é fácil eu gostar da voz da cantora de jazz portuguesa.

a sua tonalidade faz-me lembrar sarah vaugham, e eu sou muito mais Ella Fitzgerald, uma espécie de deusa, perdoem-me muito liberalmente os católicos.

o espectáculo, para além de recriar muitos dos temas do seu último cd, possui algumas pérolas, por exemplo a versão extraordinária, para mim o momento da noite, de "baby won't you please come home", betti smith.

chega de saudade é uma batalha a ser ganha no futuro, é um jobim de antologia e repleto de versões, principalmente joão gilberto, o magnânimo .

ele há no mundo voz que se compare à de joão?

voltando à jacinta, e excluindo os meus preconceitos quanto à tonalidade da voz, chamar-se-á "soprano"?, o balanço do espectáculo é extraordinariamente positivo, apesar de sentirmos que algumas músicas precisam de abundante rodagem.

contrariamente ao que diz a crítica eu gosto bastante das letras portuguesas das músicas de Duke Ellington.

e "Estrela de Alva" em versão jazzística é uma surpresa positiva.

mas uma assombração que eu ouso partilhar consigo, digníssimo leitor, porque associarei eu ao jazz um ambiente de café concerto, um pianista completamente out and in, uma cantora grande, de todas as formas, e um contra-baixo frenético de cigarro pendurado nos lábios, enquanto as nuvens de fumo coroam os músicos, uma espécie de deslumbramento visual?

p.s. quem se lembrou de colocar aqui ao lado o "all you need" dos Beatles é uma excelente alma e cheia de bom gosto musical.
e como o Jagger era lindo!
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4 Comments:

Blogger Pitucha said...

Ficarei atenta! Pode ser que ela passe por aqui!
Beijos

quinta-feira, novembro 23, 2006 10:54:00 da manhã  
Blogger Rosario Andrade said...

Bom dia!
Ainda nao tive o prazer de ouvir... provavelmente, se ela é realmente soprano terei as mesmas reservas relativemente ao timbre...
Ella Fitzgerald é também a minha favorita.
Há uns anitos também cantava jazz... mas nao gosto da noite, nem do fumo, embora adore o palco. Ainda assim por agora fico-me pela pintura...

Foi um prazer conhecer o Geração Rasca. Volto...

Bjicos anchos

quinta-feira, novembro 23, 2006 12:03:00 da tarde  
Blogger amores-marginais said...

ouvia em janeiro em faro. enfim....n gostei especialmente....e sinceramente o acompanhamento tb estava longe de bom. acho a jacinta sofrivel. muito pouco para tanta vaidade. e se comparar com uma madeleine peyroux que encheu o ccb sabadao passado e o seu pode r e a sua simplicidade....estonteante de tão perfeita a comunhão de voz e instrumentos. na jacinta achei mesmo que era cada um por si.....espero que agora ai em coimbra a evolução tenha sido positiva
mas ao contrário gosto do seu espaço
:)

quinta-feira, novembro 23, 2006 11:10:00 da tarde  
Blogger Nancy Brown said...

pitucha,
então não percas a oportunidade e dp logo falamos.

rosario andrade,
se eu tivesse o dom do canto... nunca mais ninguém me agarrava. a noite tem tudo o q há de mais extraordinário: seres humanos despedidos de imagens "imaginrárias" de si, qdo perdem as defesas e o alcóol é aí um excelente aliado, e tudo o resto.

amores-marginais,
por acaso tenho bastante pena de ter perdido a medeleine peyroux, tem um timbre que se assemelha bastante ao de Billie Holiday, gosto bastante. quanto à Jacinta, em relação aos músicos... no espectáculo de Coimbra não se sentiu tanto o cd um por si e como presença em palco até a considerei bastante simples e afectiva.

sexta-feira, novembro 24, 2006 8:35:00 da manhã  

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