Conteúdo e género
Ciclicamente Cavaco dá azo a reflexões extravagantemente filosóficas.
A elite detesta Cavaco.
Já uma percentagem elevada de povinho (não a utopia de povo) adora Cavaco.
Porquê a dicotomia?
Para uma certa elite (os apóstolos de Mário Soares, por exemplo) há uma crença estruturalmente fundada: o poder pertence só aos pares, uma espécie de monarquia cultural.
Para o povinho Cavaco simboliza o rigor, a austeridade, a competência.
Há uma certa elite que vê as entrevistas de Cavaco e insiste no ré: a falta de uma ideia dissonante, original, que se imponha, falta de teatralidade, enfim falta de calor humano; esta certa elite faz de conta que não percebe o óbvio: Cavaco não está no poder para nos oferecer doutoramentos virtuais, Cavaco está no poder porque acredita que Portugal pode chegar a um determinado patamar.
Essa elite satisfaz o intelecto nos salões faustosos da umbiguidade e tece teses brilhantes sobre a ineficácia de Portugal; justiça lhe seja feita as conclusões são vulgarmente cintilantes.
A diferença entre Cavaco e uma certa elite é dramática, pois a opulência do conteúdo invalida o género.
A elite detesta Cavaco.
Já uma percentagem elevada de povinho (não a utopia de povo) adora Cavaco.
Porquê a dicotomia?
Para uma certa elite (os apóstolos de Mário Soares, por exemplo) há uma crença estruturalmente fundada: o poder pertence só aos pares, uma espécie de monarquia cultural.
Para o povinho Cavaco simboliza o rigor, a austeridade, a competência.
Há uma certa elite que vê as entrevistas de Cavaco e insiste no ré: a falta de uma ideia dissonante, original, que se imponha, falta de teatralidade, enfim falta de calor humano; esta certa elite faz de conta que não percebe o óbvio: Cavaco não está no poder para nos oferecer doutoramentos virtuais, Cavaco está no poder porque acredita que Portugal pode chegar a um determinado patamar.
Essa elite satisfaz o intelecto nos salões faustosos da umbiguidade e tece teses brilhantes sobre a ineficácia de Portugal; justiça lhe seja feita as conclusões são vulgarmente cintilantes.
A diferença entre Cavaco e uma certa elite é dramática, pois a opulência do conteúdo invalida o género.
2 Comments:
Gostei da filosofia!
Beijos
Entre a esquerda intelectualóide há uma opinião que defende que é chato as pessoas que não pertencem às classes A e B votarem em Cavaco Silva. Resa assim: "Os pobresinhos coitadinhos ao menos podiam votar na esquerda."
Acho essa ideia do mais antidemocrático e demagógico que pode haver.
O que eu gostava de ver era o Manuel Alegre na presidência, pelo menos escrevia muito mais posts sobre o assunto.
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