sábado, novembro 18, 2006

Bolonha em sessões de esclarecimento - parte I

«As licenciaturas "via ensino", "ramo educacional" e "ensino de" vão acabar!» – palavras do presidente do Conselho Directivo ditas numa sessão de esclarecimento sobre a implementação do processo de Bolonha... Enorme agitação na plateia de alunos actualmente integrados nesses cursos. Seguiram-se algumas explicações... A formação de professores passa a obrigar à conclusão dos dois ciclos: uma licenciatura (de 3 anos) na área científica e um mestrado (de 2 anos) de Formação de Professores.

Mais coisas sobre esta nova invenção (Mestrado de Formação de Professores):

- dará a componente didáctica e psicopedagógica, incluindo créditos de prática pedagógica supervisionada (vulgo estágio), cuja principal novidade será a obrigação de defesa pública do relatório de estágio.

- entra em funcionamento para o ano e ainda se esperam as indicações do plano de estudos por parte dos Ministérios – data limite anunciada 31 de Janeiro.

- não confere habilitação para a docência; carece de um exame nacional de habilitação a ser lançado pelo Ministério da Educação, também em moldes que ainda não se conhecem...

- ao contrário de todos os outros mestrados (cujas condições de admissão ficam a cargo da Faculdade), os numerus clausus serão fixados pelos Ministérios para cada uma das áreas.
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5 Comments:

Blogger Unknown said...

"- não confere habilitação para a docência; carece de um exame nacional de habilitação a ser lançado pelo Ministério da Educação, também em moldes que ainda não se conhecem..."

Depois conta à malta, eu pelo que tenho visto da FCT, e pelo que um amigo meu me conta da Direcção Geral das Contribuições e Impostos tudo quanto envolve exames e concursos na administração pública, dá gargalhada garantida. Sim, porque se o assunto é sério, também há muita coisa que acontece que só pode ser mesmo para rir.

"- ao contrário de todos os outros mestrados (cujas condições de admissão ficam a cargo da Faculdade), os numerus clausus serão fixados pelos Ministérios para cada uma das áreas."

Isto talvez não sejam más notícias, as universidades vão certamente ganhar menos em propinas e talvez venham a bater no peito com a sacrosanta "independência académica", mas suspeito que o resultado vai ser menos gente no desemprego e sem saber o que fazer ao canudo.

sábado, novembro 18, 2006 6:31:00 da tarde  
Blogger Nancy Brown said...

é precisa alguma regulamentação na área, pois o ensino como está actualmente é um verdadeiro caos, qto às medidas, concordo com a revisão da avaliação dos professores e a sua evolução na carreira, considero a avaliação dos pais demagógica e perversa. Qto ao q focas, Cristina, tenho dúvidas. Por exemplo os dois anos de mestrado? O que pensas sobre o exame nacional de habilitação? também tenho dúvidas.

domingo, novembro 19, 2006 11:08:00 da manhã  
Blogger cristina said...

luis:
Concordo contigo em relação à imposição de numerus clausus... Mas não vejo isso como um ataque à «independência académica» e acho que quem pode sofrer com isso são os alunos que já lá estão que serão abrangidos por um período de transição, sujeitos a não poderem terminar o curso em que se inscreveram... Passada a fase de transição, parece-me bem.


nancy:
«tenho dúvidas» - ora aí está uma frase apropriada à situação! Tens dúvidas, tu, e toda a gente!!! - ignorando aqueles que são logo à partida contra ainda sem sequer conhecerem. Mas tentando dar a minha opinião:

- Não me parece mal uma formação inicial puramente científica. Tem forçosamente de se seguir uma formação pedagógica, que, sendo exclusivamente pedagógica, pode ser que o seja realmente... Mas, por exemplo, uma coisa que ainda não se sabe é até que ponto esse mestrado será comum a todas as áreas (igual para um licenciado em matemática e para um licenciado em português). Se for igual fica a faltar uma componente importante de adequação de metodologias... Vamos esperando por dia 31 de Janeiro...

- Quanto ao exame nacional de habilitação... Tudo o que é exame nacional existe numa tentativa de uniformização de avalição - que não é um mau princípio. Esse exame deverá incidir sobre as competências científicas (que é importante, mas não é tudo - dirão alguns!) Eu acho que a validação das competências científicas é importante, mas mais que isso, é primordial - um professor que não sabe, por muita boa vontade que tenha, não pode ensinar -, por isso, acho que posso dizer que concordo com o tal exame, pelo menos teoricamente...

domingo, novembro 19, 2006 12:59:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

"Tudo o que é exame nacional existe numa tentativa de uniformização de avalição - que não é um mau princípio. (...) por isso, acho que posso dizer que concordo com o tal exame, pelo menos teoricamente..."

A questão é como o exame vai ser estruturado, e que tipo de perguntas vão ser feitas.

domingo, novembro 19, 2006 1:17:00 da tarde  
Blogger cristina said...

luis:
Daí o «teoricamente»!

domingo, novembro 19, 2006 1:23:00 da tarde  

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