sábado, agosto 19, 2006

O que é ser-se português?

peço-lhe desculpa pela esquizofrenia intelectual de dona melancia, mas ela é uma dona bastante indomável e nos dias de hoje, dama indomável, é coisa de não se trazer por casa.

você poderá exclamar: meu bem, dama indomável deverá ser estimada por qualquer intelectual que se preze!

mas aí, meu caro, é seu desentendimento falando e sua sede politicamente correcta.

o seu artigo "o rei vai descalço" é a essência das essência numa cabeça se pretendendo bem pensante.

veja o descarnado da coisa:

- quem mais que um estrangeiro e, de preferência, com a áurea neerlandesa?

- quem mais que um estrangeiro e, de preferência, com a áurea neerlandesa, falando de um “nativo” como o português?

- e quem mais que um estrangeiro e, de preferência, com a áurea neerlandesa, falando de um “nativo” como o português, sendo um nativo português o autor do escrito?

- e last but not least quem mais que um estrangeiro e, de preferência, com a áurea neerlandesa, falando de um “nativo” como o português, sendo um nativo português o autor do escrito e lambuzando seu ego com meia dúzia de lugares comuns sobre a avenida da liberdade? outrora seria a avenida de Roma... e porque lambuzarão a esquerda e a direita, politicamente correctas, os seus egos com as exuberâncias dos ricos, dos pobres, dos medianamente ricos, dos que andam de Mercedes, dos que andam de carocha, dos que... dos que... e de uma forma extraordinariamente polite pretendendo fazer a plebe acreditar:

nós, sei lá, estamos MUITO acima d’isso tudo!

diga-me lá, meu caro, aqui que toda a gente nos lê:

o seu artigo era sobre “o rei vai descalço” ou sobre o senso comum mais hiper in tanto de uma certa actual esquerda como de uma certa actual direita?

o problema não residirá nessa coisa estranha para muitos:

afinal o que é ser-se português?

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