terça-feira, agosto 22, 2006

Narrativas do Poder - 1

Invariávelmente, a guerra aconteceu, o poder inicialmente concentrado num só quebrou com os anos e com a morte física de um antigo e sempre esquecido ( ou não ) instigador original. A sua vida e legado – mais espiritual do que doutrinário – foi interpretado, consoante os objectivos dos pretensos seguidores de novas ideias e objectivos de poder. Inevitávelmente a guerra prosseguiu.

Nos tempos de caos, os crentes na vida de paz sabem que esta surgiu dos horrores e privações dos conflitos e só depois se consolidou em acções resultado de objectivos traçados. Não tardou que armas se juntassem e que a paz se procurasse pelos maneirismos e tacticas da guerra. E o conflito continuou, mas enriquecido pela variedade de vozes que argumentavam pontos de vista e caminhos que tomar. Mas sempre com a espada como batuta a comandar uma sinfonia de sangue.

Objectivos e interesses, que por sua vez levam a contrapartidas e distribuição dos despojos de guerra são sempre as maiores forças que levam ao feudalismo periclitante das falanges de apoio, de alianças. E por sua vez – em modo piramidal – a base popular de cada uma dessas forças é condicionada psicológicamente através de estímulos passionais, ou de visões de um futuro de oportunidades – ou ainda – por uma caminho de pura repressão. A primeira é casualmente minada com desilusão de não cumprimento para todos, a segunda é carcomida por revolta e desespero. Em ambas- e em tudo - o elemento mais perigoso é precisamente o palaciano e o político. O estabelecimento de linhagems ou lobbys... ou mesmo de linhagens de lobbys e vice versa.

O que importa é que o apoio popular ou o mais elitista e próximo do agente central do poder, deriva sempre da contrapartida.

O que é que eles tem para oferecer para que eu apoie. O que é que eles tem para dizer que eu acredite e... o que é que eles tem para me impedir de ser como eles ou do que realmente sou capaz, para ser considerado o suficientemente perigoso para que me queiram como aliado... o que sei eu que eles não sabem


mantém os teus inimigos bem perto
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