os protestos dos professores
[anteriormente: teoricamente pró e praticamente contra / desmotivação dos professores / afinal há dinheiro! / o super professor... ]
A fechar a entrevista...
- Qual a medida que mais lhe custou tomar?
- A requisição de professores para os serviços mínimos durante os exames.
Quando a jornalista fez a pergunta, achei que a Ministra não ia responder, limitando-se a divagar um pouco em torno da questão. Mas não! Parou dois segundos para pensar e respondeu directamente à questão. Uma boa resposta, na minha opinião. Deu a entender que a decisão não foi tomada de ânimo leve, simplesmente para ir contra os professores, não deixando de apontar, mais uma vez, o seu dedo invisível aos professores. Mas aqui a senhora tem razão!...
Façamos um ponto da situação:
- o Ministério tem boas ideias teóricas, mas implementa-as, ou melhor, obriga as escolas a implementá-las, sem olhar às condições práticas de execução dessas ideias;
- a Ministra tem uma presença forte, sabe defender as boas ideias do seu Ministério, mas não prima pela sensibilidade, apresentando o que quer que seja sempre numa posição de ataque (habitualmente aos professores);
- os professores, que são quem sente a falta das condições práticas para execução das ideias do Ministério, sentem-se atacados pela postura da Ministra e protestam...
Eu acho bem que protestem, o que não acho bem é o modo como o fazem e aquilo que reclamam... Há, claramente, muita coisa que vai mal no ensino! A culpa não é só dos professores - como por vezes a Ministra parece querer dizer -, mas também é. Há muitos professores confortavelmente parados no tempo, há muitos professores com falhas científicas graves, há muitos professores que ignoram o que é pedagogia. Há, é claro que há! E está mal! E os professores, como classe, deviam ser os primeiros a querer corrigir esses casos. Sim, porque também há muitos professores esforçados ante as dificuldades das suas turmas, há muitos professores que vão actualizando os seus conhecimentos, há muitos professores que todos os dias inventam do nada novas formas de chegar às suas turmas. E estes muitos são mais que os primeiros - têm de ser! - mas é do que está mal que mais se fala. E aí, em defesa da sua classe, numa luta absurda contra moinhos de vento, a atitude corporativista por parte dos professores dá encobrimento aquilo que está mal. Não pode ser! Nem todos os professores são tão maus como insinua a Ministra, mas também nem todas a medidas do Ministério são tão más como gritam os Sindicatos. Há que sentar esta gente toda à mesa numa looooonga conversa, onde os professores possam apontar as reais falhas das medidas já implementadas e onde o Ministério possa apresentar vantagens e explicar métodos para as novas medidas.
As mais recentes greves dos professores têm contribuido para um maior descrédito da classe docente, quer pelas datas escolhidas quer pelos gritos reivindicativos. Se o que está mal é a implementação, então apontem-se as falhas, reclamem-se condições (se possível com sugestões), não se grite aos quatro ventos que as ideias não fazem qualquer sentido... É que fazendo greves coladas a feriados e fins-de-semana e recusando integralmente toda e qualquer medida do Ministério o professor, ainda que possa ter razão, passa a imagem de não querer trabalhar, de não se preocupar com os alunos. Assim como a Ministra tem de moderar o seu discurso, também os professores têm de repensar o seu protesto...
[fim]
A fechar a entrevista...
- Qual a medida que mais lhe custou tomar?
- A requisição de professores para os serviços mínimos durante os exames.
Quando a jornalista fez a pergunta, achei que a Ministra não ia responder, limitando-se a divagar um pouco em torno da questão. Mas não! Parou dois segundos para pensar e respondeu directamente à questão. Uma boa resposta, na minha opinião. Deu a entender que a decisão não foi tomada de ânimo leve, simplesmente para ir contra os professores, não deixando de apontar, mais uma vez, o seu dedo invisível aos professores. Mas aqui a senhora tem razão!...
Façamos um ponto da situação:
- o Ministério tem boas ideias teóricas, mas implementa-as, ou melhor, obriga as escolas a implementá-las, sem olhar às condições práticas de execução dessas ideias;
- a Ministra tem uma presença forte, sabe defender as boas ideias do seu Ministério, mas não prima pela sensibilidade, apresentando o que quer que seja sempre numa posição de ataque (habitualmente aos professores);
- os professores, que são quem sente a falta das condições práticas para execução das ideias do Ministério, sentem-se atacados pela postura da Ministra e protestam...
Eu acho bem que protestem, o que não acho bem é o modo como o fazem e aquilo que reclamam... Há, claramente, muita coisa que vai mal no ensino! A culpa não é só dos professores - como por vezes a Ministra parece querer dizer -, mas também é. Há muitos professores confortavelmente parados no tempo, há muitos professores com falhas científicas graves, há muitos professores que ignoram o que é pedagogia. Há, é claro que há! E está mal! E os professores, como classe, deviam ser os primeiros a querer corrigir esses casos. Sim, porque também há muitos professores esforçados ante as dificuldades das suas turmas, há muitos professores que vão actualizando os seus conhecimentos, há muitos professores que todos os dias inventam do nada novas formas de chegar às suas turmas. E estes muitos são mais que os primeiros - têm de ser! - mas é do que está mal que mais se fala. E aí, em defesa da sua classe, numa luta absurda contra moinhos de vento, a atitude corporativista por parte dos professores dá encobrimento aquilo que está mal. Não pode ser! Nem todos os professores são tão maus como insinua a Ministra, mas também nem todas a medidas do Ministério são tão más como gritam os Sindicatos. Há que sentar esta gente toda à mesa numa looooonga conversa, onde os professores possam apontar as reais falhas das medidas já implementadas e onde o Ministério possa apresentar vantagens e explicar métodos para as novas medidas.
As mais recentes greves dos professores têm contribuido para um maior descrédito da classe docente, quer pelas datas escolhidas quer pelos gritos reivindicativos. Se o que está mal é a implementação, então apontem-se as falhas, reclamem-se condições (se possível com sugestões), não se grite aos quatro ventos que as ideias não fazem qualquer sentido... É que fazendo greves coladas a feriados e fins-de-semana e recusando integralmente toda e qualquer medida do Ministério o professor, ainda que possa ter razão, passa a imagem de não querer trabalhar, de não se preocupar com os alunos. Assim como a Ministra tem de moderar o seu discurso, também os professores têm de repensar o seu protesto...
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