o homem que aspirava os sentimentos
tranquilidade na tarde de Outono, uma tranquilidadezinha, comezinha, tardia, Outonal, varrendo do avesso o pó acinzentado da cidade e as conversas miudinhas, das abelhinhas, e os pés inchados do pedinte e do filho e ainda da mulher e do vizinho.
a lagarta inchando de odores, vários, variadíssimos, escorreitos e pacatos.
os homens e as mulheres ocupando o seu lugar, sentadinhos, alinhavados.
ali ao fundo uma preta enorme, acobreando o mestiço e o prejuízo branco
macaca!
irrigava o vulto.
a criança quietinha na quietude do compromisso
já não há educação!
o pica bilhetes
o panfleto panfletário
a rapariga roçando os seios do craque da bola e o seu odor penetrando nos olhos do mendigo
ah, puta de vida!
o preto fura vidas, o preto sem abrigo
a brancura dos pretos nos olhos
os pretos e as ancas gingando.
a avenida acinzentada e leve leve
os pintassilgos e os pardais e as andorinhas
e o quimérico chilrear dos gabirus,
após a evidência de uma tranquilidadezinha, comezinha, tardia e Outonal.
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