Quando eu morrer batam em latas,
rompam aos berros e aos pinotes -
façam estalar no ar chicotes,
chamem palhaços e acrobatas.
Que o meu caixão vá sobre um burro
ajaezado à andaluza:
a um morto nada se recusa,
e eu quero por força ir de burro...
Mário de Sá-Carneiro, «Fim», Obra Poética. Sá- Carneiro nasceu em 19 de Maio de 1890.
2 Comments:
Estou a ver que aderiste ao post sem título! =) Acho mal!... Não sei qual é a tua relação com o poeta, mas (depois de uma rápida pesquisa sobre o senhor) sugiro como título:
não havia burros em Paris...
Um outro resultado da pesquisa foi saber que os Trovante cantaram este poema. E, apesar de não conhecer a música, agora, que tenho uma luta minha ;) achei por bem registar o facto. =)
Não acho que os poemas o possam dispensar... Se o post for só um poema, podes sempre indicar no título alguma coisa sobre o seu propósito, sobre o que te levou a "postá-lo" ou sobre a tua relação com o texto ou com o autor. Como vês não falta onde procurares "títulos de jeito". Mas isto é a MINHA opinião. =)
Quanto ao autor em causa, a ignorância da sua obra não me permite ter opinião...
Afinal vocês também vão apreciando música portuguesa =) Entretanto descobri que também tenho a música cá por casa no "Uma Noite Só" (ao vivo no Pavilhão Atlântico). A acompanhar o poema uma cadência fixa marcada pelo piano, o baixo e uma batida simples de bateria e nos entretantos uns interlúdios de guitarra (ou outra coisa qualquer com cordas) e saxofone. Muito boa, sim senhor!
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