terça-feira, maio 23, 2006

O pântano

Como já havia previsto no dia em que o livro foi publicado, a minha ideia de que Carrilho procura somente arrastar para a lama com ele o maior número de pessoas que conseguir, ganhou mais alguma consistência neste último Prós e Contras.

O plano de Carrilho estava bem elaborado. Apresentou-se em estúdio com todas as baterias direccionadas para Ricardo Costa; e a presença de Emídio Rangel serviu na perfeição os seus intentos.

Como Carrilho já nada tem a perder, restava-lhe a consolação de conseguir prejudicar a imagem pública de Ricardo Costa e, consequentemente, a sua promissora carreira profissional. Ricardo Costa estaria, previsivelmente, sempre algo limitado pelas funções que exerce na SIC. Apesar das circunstâncias, especialmente difíceis, esteve bem durante todo o debate. Contudo, Carrilho forçou-o, porventura, a ultrapassar alguns limites – o futuro o dirá.

Pacheco Pereira apercebeu-se logo de início das intenções de Carrilho e, inteligentemente, foi contornando o lamaçal.

A questão de facto da manipulação dos media, como convinha a Carrilho, foi tratada superficialmente. É uma questão sem qualquer dúvida, interessante, importante, mas também complexa e… muito antiga.
Já Voltaire no século XVIII constatava: «A imprensa, há que confessá-lo, tornou-se um dos flagelos da sociedade e uma vigarice intolerável».

Um século depois, Balzac, que nunca deixou de escrever nos jornais, defendia: «O jornalismo é um inferno, um abismo de iniquidades, de mentiras, de traição».

Mais dois séculos passados, e Carrilho, que sempre utilizou os media a seu belo prazer, acusa Ricardo Costa de ser «o rosto da vergonha». Ricardo Costa é que não se ficou e retorquiu: «…e você é o rosto da derrota eleitoral!» :)
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1 Comments:

Blogger cristina said...

Aquelas duas frases finais...
Quem esqueceu aqueles dois meninos no infantário, que os vá buscar, pois estão já a fazer birra!

terça-feira, maio 23, 2006 1:43:00 da tarde  

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