sexta-feira, maio 19, 2006

histórias do vagabundeio #7

o meu mundo
é tão diferente do teu
mas cá no fundo
eu sinto que é igual
a cada dia que passa
um bolo de farinha,
com massa
eu sinto mais amor por ti

bom dia!

um qwertiano que se preze também é capaz de aformosear a vida com poesia.

poetisa, poetisa e também faz downsizings de postais de natal, tal-qualmente os brilhantes e saltitantes à vista dos assuntos realísticos.

a peixeira endireitou no outro dia a supradita poesia, pois encheu-se de odores p’lo pacheco e bichanou a coisa como quem não quer, qu’o desgraçado andava mal de amores por uma cachimbaria qualquer, que lhe abrutalhava a subsistência, pois a valdevinas mais não queria senão cachimbar o tempo todo e aqueles assuntos eram demasiado honoríficos para quem pretende ensimesmar um motivo de jeito.

a peixeira ainda… equitativa:

ó senhor dessas avarias deixe-se e lá sobre pieguices, especule!
sobejamente a estadística moralize
e lá, ouça!
amotine não se, o pescado mal amanhado, contra!

o pacheco esgotou-se então e oralizou sobre os seus amigos de estimação, pois é objector de desumanidades, pra ele assuntos como futebóis, carrosséis, festas bravas, e socialite odoriza a esturro e a comiseração jornaleira.

é certo qu’a nossa peixeira é mulher sisuda e quando se lhe pranta uma ideia na cachimónia… de baixo, saiam, qu’a mulher é capaz de s’ajoelhar perante nossa senhora e rezar 115 avés marias abruptas, mas o assunto é demasiado entrelaçado pois as especulações espirituais do pacheco são blindadas e comungam de vontades racionáveis.

daí nenhum qwertiano ter aventado a hipótese de se poder arranjar alternativa mais doce, assim deixemo-nos de comiserações e matutemos lá na hipotenusa de arranjar uma cachimba com menos fileto para o nosso pacheco, pode ser qu’assim ele se comocione excepto.

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