domingo, abril 23, 2006

O anonimato: abordagem epistemológica

Extraí este texto de um blog individual, aqui fica com alterações pontuais.

Queria em primeiro lugar fazer dois esclarecimentos:

1) Sou um defensor assérrimo do uso do anonimato na internet. Que o seu uso levanta problemas todos sabemos, mas na maior parte dos casos esses problemas são facilmente resolúveis para um blogger experiente. [...]

2)Aquilo que eu pretendo aqui discutir não é o uso de "nicks" ou "pseudónimos"
[termo mais pomposo] nas caixas de comentários, essa é uma pratica que aqui sempre foi acarinhada (ver ponto 1).

O problema que me preocupa e que se vem agravando aqui
[lá] no tasco é o uso de comentários anónimos sem qualquer espécie de "pseudónimo". A coisa é complicada de gerir, porque mesmo com as ajudas do statcounter e a análise do conteúdo e do contexto dos comentários é difícil de identificar quem é quem e de responder adequadamente. Acreditem que mesmo quando os comentadores são identificados por um pseudónimo ou nome já me é difícil responder a alguns comentários, porque este [aquele] é um blog com um público pequeno mas muito diverso e há várias sensibilidades que têm que ser acauteladas.

Dito isto queria terminar com duas notas finais:
1) Julgo que foi Kasparov que se iniciou no mundo do xadrez jogando apenas com peças negras, nesses jogos ele tinha que identificar as peças dos dois jogadores de memória. O exercício epistemológico é interessante sem dúvida.
2) Não tenho a mínima intenção de "proibir" o tipo de comentários que aqui critico, porque eles são dados a pérolas muito especiais, passo a citar a minha favorita bem no fim de um comentário não identificado "não sabes quem sou?!sabes, sabes, sou..........ninguém." [...]

3) [Note added in print] A respeito desta última citação queria sugerir a leitura deste post do Filipe. ;)
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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Afinal tu quando escreves até se percebe! ;)

E, vê lá, que eu até concordo!...

Ou melhor, não defendo asserrimamente o anonimato, mas, aparte dos problemas que levantaste pela falta de uma referência numa conversa continuada, não vejo grande problema. No entanto, se calhar um nome ou um nick era capaz de ajudar os Romeiros blogosféricos que por aí andam a encontrarem-se!

-- "há várias sensibilidades que têm que ser acauteladas"
- Que bonito!...

domingo, abril 23, 2006 1:10:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cristina:

Vamos por partes, começando pelo fim: "há várias sensibilidades que têm que ser acauteladas".

O texto é retirado do meu blog pessoal. Interessa analisar a coisa em detalhe, e identificar os casos extremos das referidas sensibilidades.

1) Em primeiro lugar, em um dos extremos refiro-me a pessoas que afectivamente significam muito para mim, essas conhecem este e o outro blogue, tendo a pessoa a que me refiro inclusivamente comentado neste. Esse aspecto é portanto irrelevante, para a questão que aqui se coloca.

2.1) No outro extremo existem pessoas que se deslocam no meu meio profissional (que não são propriamete famosas), e aqui não me refiro aos que conheci como colegas enquanto estudante. Como perceberás isso evoca em mim receios muito específicos, que de resto se relacionam com pancadinhas nas costas que já recebi em blogues onde apenas se discutem matérias relacionadas com a minha área profissional. Refiro-me pancadinhas nas costas a propósito de comentários assinados com o primeiro e último nome.

2.2) serve a alínea 2.1. para te dizer que se o 1º ministro ou o Eduardo Prado Coelho se chatearem com alguma coisa que eu digo na blogosfera isso me causa irritação, mas que é uma coisa que não é grave para mim. (O caracter desta alínea é como vez "Marxista")

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"No entanto, se calhar um nome ou um nick era capaz de ajudar os Romeiros blogosféricos que por aí andam a encontrarem-se!"

Quanto a isto há um texto melhor do que o meu, cujo link (se não o tiveres já) te posso mandar por email, se tu me deres o teu endereço de email.

domingo, abril 23, 2006 1:43:00 da tarde  

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