sábado, abril 22, 2006

Discursos


Rui Tavares assina no Público de hoje um texto que, com sendo inteligente e bem escrito, revela os habituais tiques dos adversários da política da administração americana. Para início de festa, o fanatismo de Bush é comparado ao de Ahmadinejad. Acontece que, muito mais importante do que as convicções religiosas de um líder, é o sistema político que ele é chamado a liderar – e, desse ponto de vista, a menos que estejamos nos domínios do non-sense, não há comparação possível entre o sistema americano e o iraniano. O resto do artigo vai demolindo, uma a uma, as hipóteses bélicas que (ao que parece) estão em cima da mesa. Tudo muito bem, não fora o caso de não ser apresentada uma única alternativa. Se os adversários da administração americana consideram um perigo que o Irão venha a ter armas nucleares, convinha que não se esquecessem de, modestamente, apresentar estratégias alternativas para resolver o problema. A não ser que achem que o Irão não é problema e que, na realidade, o perigo vem de terras do Tio Sam. Se for assim, estamos conversados.
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1 Comments:

Blogger Unknown said...

Ao nível da política interna parece-me que elogiar o sistema Iraniano por contraposição ao Americano, é uma atitude que nem merece comentários. Repare-se no entanto que na blogosfera há muita esquerda "trauliteira" que é capaz de o fazer.

Ao nível da política externa, se o Irão conseguir de facto desenvolver armas nucleares, segundo sei, o tratado de não proliferação nuclear cai por terra. Sabe Deus com que consequências. E repare-se que o tratado de não proliferação nuclear é uma das pedras de toque do direito internacional como o conhecemos hoje. No Reino Unido, que é um caso que eu conheço melhor, julgo que o armamento nuclear não é abandonado apenas e só para defender o direito de veto no Conselho de segurança da ONU.

A questão complicada para mim é perceber que tipo de opções bélicas estão abertas (ou não), para dar força à posição dos Estados Unidos (e da Europa) nesta matéria. Em qualquer dos casos, no Iraque, esta é uma guerra que já se está a travar.

sábado, abril 22, 2006 12:31:00 da tarde  

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