Falar de Blogues na primeira pessoa (Parte I)
O último fim-de-semana, com o feriado de Carnaval pelo meio, tinha sido bastante “agreste” - com copos a mais. Para ajudar à festa, na quarta convidaram-me para um jantar de Leitão à Bairrada; na quinta tinha o concerto dos HIM; sexta o encontro «Falar de Blogues»; e no Sábado, a jantarada da praxe. Pensei… pensei… e pensei… e, achei por bem meter um dia de férias na sexta-feira, dia do «Falar de Blogues». Para não acordar assim, o programa passava por me levantar tarde e, para recuperar do concerto, ir até ao ginásio relaxar um pouco. Nem vale a pena dizer que segui o programa à risca. Saí do ginásio por volta das 15:30 h, e fui para casa preparar a prédica. Estava confiante que a “coisa” ia correr bem.
Para me preparar, nas últimas duas semanas, tinha relido alguns capítulos do «A vida no ecrã» da Sherry Turkle, onde a autora trata de temas como a questão das identidades na Internet; e tinha acabado de ler o interessante livro de Ana Vicente, «Os Poderes das Mulheres, Os Poderes dos Homens». Pelo meio, li alguns textos interessantes sobre o feminismo, que procurei na minha biblioteca e na web.
Quanto à indumentária, também já tinha decidido que não ia de fato e gravata, pois pelo que conhecia do Francisco José Viegas [agora... "O" Francisco. Pois... isto é que vos lixa. Cambada de invejosos! :)], ele deveria ir vestido informalmente. Também, já tinha lido um post na Rititi, onde a Rita e a Sofia discutiam, na caixa de comentários, o que iam levar vestido, e apercebi-me que também iam informais. Assim, não seria eu a aparecer por lá de gravatinha. Não convinha era abusar do rosa-cueca de forma a não provocar a Rititi.
Quando cheguei a casa, escrevinhei duas folhas A4 com os tópicos do que queria falar, e arranquei para a Almedina. Como tinha combinado com a minha mulher encontrarmo-nos nas esplanadas cobertas do Atrium Saldanha às 18:30 h, mal cheguei, por volta da 18:15 h, foi para lá que me dirigi. Comecei, nessa altura, a sentir os primeiros sinais de ansiedade.
Quando já me encontrava sentado na esplanada, e me preparava para dar mais uma vista de olhos nas minhas cábulas, notei que, ou a minha letra estava um bocado tremida, ou as minhas mãos tinham-se transformado em gelatina. Achei por bem pedir uma bebidazinha suave para tentar acalmar. Quando ia levar o copo à boca, este pareceu ter ganho vida e ia-me entornando todo. Pousei imediatamente o copo (com bastante dificuldade, diga-se), levantei a mão direita, pus-me a olhar para ela, e verifiquei que tremia que nem varas verdes.
Estava eu completamente abstraído, sentado na esplanada e a olhar, preocupadamente, para a minha mão aberta a tremer, quando constatei que, no plano seguinte ao da minha mão, por entre os meus dedos, estava a visualizar um gajo, de óculos, que eu não conhecia, mas que me estava a fazer adeus. Baixei a mão para o ver melhor, e o homem deixou de me fazer adeus mas continuava a olhar para mim a sorrir. Olhei para trás, não fosse o gajo estar a fazer adeus a outra pessoa, mas não havia mais ninguém na minha direcção. Observei-o melhor, e fiquei com a certeza que não o conhecia de lado nenhum. Como deveria ser um equívoco qualquer, procurei concentrar-me novamente no meu texto. Peguei na caneta para fazer algumas anotações, mas a minha mão não parava de tremelicar. Abri a mão, levantei novamente o braço e pus-me a olhar para ela com esperança que as tremuras acabassem de vez. Foi quando reparei que o gajo do outro lado estava, outra vez, a fazer-me adeus. Naquele momento fiquei com a certeza que o aceno era para mim. Levantei-me e dirigi-me até ele. Quando me aproximei, notei que ele estava com um sorriso pateta a olhar para mim. Perguntei-lhe, delicadamente, se nos conhecíamos, ao que ele me respondeu que não sabia bem, mas que provavelmente não. Fiz um ar espantado e questionei-o se me estava a fazer adeus, ao que o homem respondeu que só me estava a fazer adeus porque eu também lhe estava a acenar. Fiz um sorriso contido e expliquei-lhe que não estava a acenar para ele, mas para umas pessoas, minhas conhecidas, que tinham passado por detrás dele. Rimo-nos… e o senhor pediu-me muitas desculpas. Respondi-lhe que eram coisas que podiam acontecer a qualquer um. Dirigi-me novamente para a minha mesa a pensar que as coisas não me estavam a correr muito bem, mas o pior, era esta música foleira que não me saia da cabeça. Raios partam o raio da música!
[continua...]
Para me preparar, nas últimas duas semanas, tinha relido alguns capítulos do «A vida no ecrã» da Sherry Turkle, onde a autora trata de temas como a questão das identidades na Internet; e tinha acabado de ler o interessante livro de Ana Vicente, «Os Poderes das Mulheres, Os Poderes dos Homens». Pelo meio, li alguns textos interessantes sobre o feminismo, que procurei na minha biblioteca e na web.
Quanto à indumentária, também já tinha decidido que não ia de fato e gravata, pois pelo que conhecia do Francisco José Viegas [agora... "O" Francisco. Pois... isto é que vos lixa. Cambada de invejosos! :)], ele deveria ir vestido informalmente. Também, já tinha lido um post na Rititi, onde a Rita e a Sofia discutiam, na caixa de comentários, o que iam levar vestido, e apercebi-me que também iam informais. Assim, não seria eu a aparecer por lá de gravatinha. Não convinha era abusar do rosa-cueca de forma a não provocar a Rititi.
Quando cheguei a casa, escrevinhei duas folhas A4 com os tópicos do que queria falar, e arranquei para a Almedina. Como tinha combinado com a minha mulher encontrarmo-nos nas esplanadas cobertas do Atrium Saldanha às 18:30 h, mal cheguei, por volta da 18:15 h, foi para lá que me dirigi. Comecei, nessa altura, a sentir os primeiros sinais de ansiedade.
Quando já me encontrava sentado na esplanada, e me preparava para dar mais uma vista de olhos nas minhas cábulas, notei que, ou a minha letra estava um bocado tremida, ou as minhas mãos tinham-se transformado em gelatina. Achei por bem pedir uma bebidazinha suave para tentar acalmar. Quando ia levar o copo à boca, este pareceu ter ganho vida e ia-me entornando todo. Pousei imediatamente o copo (com bastante dificuldade, diga-se), levantei a mão direita, pus-me a olhar para ela, e verifiquei que tremia que nem varas verdes.
Estava eu completamente abstraído, sentado na esplanada e a olhar, preocupadamente, para a minha mão aberta a tremer, quando constatei que, no plano seguinte ao da minha mão, por entre os meus dedos, estava a visualizar um gajo, de óculos, que eu não conhecia, mas que me estava a fazer adeus. Baixei a mão para o ver melhor, e o homem deixou de me fazer adeus mas continuava a olhar para mim a sorrir. Olhei para trás, não fosse o gajo estar a fazer adeus a outra pessoa, mas não havia mais ninguém na minha direcção. Observei-o melhor, e fiquei com a certeza que não o conhecia de lado nenhum. Como deveria ser um equívoco qualquer, procurei concentrar-me novamente no meu texto. Peguei na caneta para fazer algumas anotações, mas a minha mão não parava de tremelicar. Abri a mão, levantei novamente o braço e pus-me a olhar para ela com esperança que as tremuras acabassem de vez. Foi quando reparei que o gajo do outro lado estava, outra vez, a fazer-me adeus. Naquele momento fiquei com a certeza que o aceno era para mim. Levantei-me e dirigi-me até ele. Quando me aproximei, notei que ele estava com um sorriso pateta a olhar para mim. Perguntei-lhe, delicadamente, se nos conhecíamos, ao que ele me respondeu que não sabia bem, mas que provavelmente não. Fiz um ar espantado e questionei-o se me estava a fazer adeus, ao que o homem respondeu que só me estava a fazer adeus porque eu também lhe estava a acenar. Fiz um sorriso contido e expliquei-lhe que não estava a acenar para ele, mas para umas pessoas, minhas conhecidas, que tinham passado por detrás dele. Rimo-nos… e o senhor pediu-me muitas desculpas. Respondi-lhe que eram coisas que podiam acontecer a qualquer um. Dirigi-me novamente para a minha mesa a pensar que as coisas não me estavam a correr muito bem, mas o pior, era esta música foleira que não me saia da cabeça. Raios partam o raio da música!
[continua...]
8 Comments:
Hilariante! Quem escreve assim não pode ser gago (e portanto, não pode ter feito a má figura que diz ter feito).
está a melhorar ... pelo menos gosto da banda sonora.
Susana
Fico ansiosamente à espera da continuação.
:-)
Por enquanto, ainda sou estou a aquecer. ;)
Beijinhos
André, estou a adorar o teu Falar de Blogues na primeira pessoa...se bem me lembro, ficavas ligeiramente agitado quando se tratava de fazer uma apresentação na faculdade mas nada de grave...vais ver que passa...e com esse sentido de humor...és capaz de ultrapassar as eventuais falhas...vou esperar por mais pormenores...quanto à música, se te dissesse qual a banda sonora que me aflige quando estou em certas situações...enfim, é melhor não....
beijos
Finalmente umas palavrinhas!
Ontem estava tão ansiosa por ler qualquer coisa que fui ler os teus posts de Novembro sobre o encontro anterior, imagina!
Também estou a preparar um (ou uns) post(s) sobre o encontro a partir da gravação audio e das fotografias disponíveis... Digo-te isto porque assim já não sou só eu quem fica a aguardar (eh, eh, eh).
Beijola e votos de rápida continuação, que estou a gostar!
Já que é de blogs que se fala e, portanto, de escrita, quem fala assim devia saber que não é "ter ganho", mas sim "ter ganhado"(e o mesmo acontece com verbos como pagar, aceitar,etc.) Qualquer coisa confirmar numa gramática perto de si, na secção dos particípios passados regulares e irregulares ou em http://ciberduvidas.sapo.pt/
Fica só o reparo em nome da língua portuguesa.
Bom blog.
Caro anonymous,
Aconselho-o a consultar novamente o ciberduvidas.
Deixo-lhe três links interessantes:
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=17109
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=15835&palavras=tem+ganhado
http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=16050&palavras=ter+ganho+ganhado
De qualquer forma, obrigado pelo comentário.
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