Retratos de uma época
Na Antena 1, Luís Araújo, presidente dos CTT, faz o retrato: em média, cada português envia uma carta de dois em dois meses. Dessas, oito em cada dez são "comerciais". Portanto, a carta aos pais, aos amigos, aos inimigos e aos familiares, bem como a clássica - e ridícula - carta de amor, está em vias de extinção. Curiosidade: será que, no futuro, será publicada a correspondência electrónica de escritores e artistas?
2 Comments:
A internet, com os seus e-mailes e as suas newsletteres, vieram acentuar a crise da missiva escrita que já se tinha iniciado com a massificação do telefone. Mas eu continuo a preferir ver o rasto de tinta deixado pela caneta num papel em branco. Tem qualquer coisa de romântico, de mágico... de arte!
E há poucas coisas, no cinzento e geométrico mundo actual, que despertem tanta euforia como abrir a caixa de correio e encontrar um postal de um amigo em férias, ou um envelope com a morada escrita à mão.
Tinta... sempre!
A maior parte dos portugueses não sabe, nem consegue escrever uma carta. Isto não se deve ao telefone e mais recentemente ao e-mail. Quando o telefone se massificou, só uma pequena elite escrevia cartas. A carta exige organização do pensamento e verbalização do mesmo. Os portugueses têm normalmente desorganização mental e dificuldade com o verbo. O e-mail é ou pode ser uma carta sem selo. Ao que tenho sensibilizado quase ninguém o usa como tal. Não é com o acesso à internet que se dá o milagre de se saber escrever.
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