segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Geração mil euros

"(...) Ora, o Estado-Providência na verdade é já um mito para muitos milhões de nacionais desses países. Existe ainda e cumpre cabalmente a sua função junto das gerações mais velhas, assegurando por enquanto as pensões, a assistência médica ou os subsídios de desemprego. Mas para os mais jovens, que estão no mercado de trabalho, por vezes há bastante mais do que uma década, o emprego certo e seguro não passa de um sonho irrealizável. E a garantia de uma almofada do Estado quando mais tarde precisarem dela é um mito ainda mais distante. Falamos dos milhões de licenciados que acumulam mestrados e doutoramentos, estágios a seguir a estágios, em muitos casos não remunerados, ou empregos temporários e mal pagos tendo em conta a sua formação superior. São pessoas cujo presente instável só pode assegurar-lhes um futuro ainda mais incerto. (...) É que, de todos os pontos de vista, os tempos que se adivinham não são de desenvolvimento e progresso, mas de acentuada regressão social."

Editorial de Fernando Madrinha no Courrier Internacional.

O Courrier Internacional desta semana trás ainda um excelente artigo de Antonio Jiménez Barca, que retrata a vida desta "Geração mil euros" em Espanha. O título do artigo é eloquente: "Condenados aos mil euros". E mais à frente, "Estão na casa dos 30, têm diplomas, mas tiraram assinatura de empregos precários e mal pagos. Vivem um dia de cada vez."
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3 Comments:

Blogger Zozô said...

Ora bem! Revejo-me em (quase) tudo. Mudando apenas "casa dos 30" para "vintes-e-tais" e um ou outro pormenor. :) Está bem visto (infelizmente).

segunda-feira, fevereiro 20, 2006 9:03:00 da tarde  
Blogger Woman Once a Bird said...

Só que por cá já nem são bem mil euros...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006 10:53:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Em Portugal deve ser mais a "Geração 500 euros", mas como quero voltar ao assunto, guardo outras considerações para um novo post.

terça-feira, fevereiro 21, 2006 8:50:00 da tarde  

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