quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Geração de oitenta

Meados dos anos 80, quartas-feiras à tarde, Lisboa,"Rock Rendez-Vouz",mais conhecido por"Rock". Quintas e Sextas à noite, Autódromo do Estoril,"2001" ["Dois"]. Sábado à tarde, outra vez "Rock", e à noite, na Malveira da Serra [Cascais],"Jet-7 [anos mais tarde passou a "News"]. Domingo à noite, novamente "Dois". Este era o programa das festas semanal de muitos jovens na segunda metade dos anos 80. Eu, com mais os meus amigos João [Betinho] e João [Tojas], praticámos esta religião durante cinco anos, e só interrompíamos este "andamento", em Agosto, para írmos ao "Kiss", em Albufeira. Apesar de tudo, ainda demos o litro nas noites do Bairro Alto, Cais do Sodré, 24 de Julho, e Alcântara, na década de 90. Claro que nos "apagámos". Eu ainda tento disfarçar, mas por vezes, nem com "maquilhagem" lá vai.

Como a melhor "night" dos anos 80 era na Linha do Estoril, e a maioria de nós ainda nem sequer tinha idade para entrar em discotecas - quanto mais para conduzir -, deparávamo-nos, logo à partida, com alguns problemas que tivemos de ultrapassar com alguma imaginação. Como éramos a primeira geração de filhos de país divorciados, alguns de nós diziam aos pais que íamos para casa da mãe, ou à mãe, que íamos para a do pai. Se eles não se falassem, a coisa, na maioria das vezes resultava. Mas a "peta" mais comum passava por contar aquela "estória" que íamos estudar até tarde para casa de um amigo, que eles conhecessem, e que depois dormíamos por lá. Normalmente, esse amigo, contava a "estória" inversa aos pais dele... e ia também, ficticiamente, dormir a minha casa.

O segundo obstáculo a transpor era de âmbito geográfico. Embora houvesse comboios até ao Estoril, nas noites que íamos para as "discos" da Linha, às 22:ooh já estávamos a pedir boleia na marginal, usualmente em Algés. A táctica passava sempre por nos escondermos e serem umas felizardas miúdas a pedir boleia. Nunca falhava [e nunca falhou]. O mais tardar às 23:00h, já estávamos no Estoril. Ponto de encontro: "Deck". No "Deck" bebíamos uns "cafés" e uns copos valentes. Como éramos uns putos, divertidos, e sempre bem acompanhados, o pessoal mais velho pagava-nos uns copos e ainda se ofereciam para nos dar boleia para a "disco" do dia. Aos sábados queríamos boleia para o “Jet-7”. Às quintas, sextas e domingos, para o “Dois”.

Para entrarmos no “Jet” ou no “Dois” era preciso pagar. Coisa bastante fácil. Mesmo que tivéssemos dinheiro, as nossas amigas tratavam de o cravar a toda a gente que passava, e em poucos minutos tínhamos os bilhetes na mão. Em último caso, podíamos sempre recorrer ao “Capitão”, que andava sempre por perto, com a mãe [ainda mais velha] fechada dentro do carro. Nunca percebi bem aquela cena do “Capitão”, mas como servia de caixa Multibanco sem me mexer no saldo, também nunca me preocupei muito com isso.

Naquela época as discotecas tinham bilheteira, e os bilhetes serviam, simultaneamente, como senhas de consumo. Podíamos recortar os bilhetes, transformá-los em múltiplos bilhetinhos, e pedir umas quantas cervejas, ou parti-los [mais ou menos] em dois para podermos optar por uma bebida branca e uma cervejola. Normalmente, quando lá chegávamos, já não precisávamos de beber mais nada, mas continuávamos nas brancas para não fazer misturas - alcoólicas. Naquela altura estavam na moda os “Vodkas Laranja” ou as “Cubas Libres”. Ainda hoje, passados 20 anos, não consigo beber nada disso.

Quando entrávamos, as caras eram sempre as mesmas. Apesar de nos conhecermos bem, de vestirmos da mesma forma, de termos os mesmos cortes de cabelo, e de dançarmos da mesma maneira [só visto], dividíamo-nos em grupos. O pessoal da linha dividia-se em Oeiras [os “pezinhos”], Carcavelos e Estoril/Cascais. O pessoal de Lisboa era o pessoal de Lisboa, embora no início fossemos uma minoria. Aos poucos e poucos, o nosso grupo foi aumentando de número [e de poder]. Começamos a levar os amigos da nossa zona [Benfica], colegas dos nossos Liceus [D.Pedro V, Secundária de Benfica e Olivais], e em um ou dois anos, já éramos um grupo de respeito, e incluíamos pessoal de todos os cantos de Lisboa. Para além destes grupos dominantes, havia o resto do people [facilmente identificados] - visitantes de ocasião, turistas, e pessoal das terrinhas da zona ou dos arredores de Lisboa [bastante problemáticos diga-se]. Apesar de eu mais os meus companheiros de farra nos movimentarmos bastante bem no meio destes grupos todos, como as noites em que não se trocavam uns sopapos não eram noites, de forma a se controlar um bocado a coisa, eram estabelecidas alianças e pactos entre nós. Inclusivamente existiam partes das discotecas que funcionavam como territórios de cada grupo. Tínhamos, contudo, uma forte aliança com o pessoal de Carcavelos. Eles apoiavam-nos nas "discos" da linha e nós protegíamo-los no também complicado ambiente do "Rock" em Lisboa, onde Benfica+Columbano dominavam a toda a linha. Estas curiosas regras, também se aplicavam a alguns grupos de miúdas, que, de vez em quando [mais em quando do que em vez], também se pegavam todas. No entanto, não havia "racismo" no que tocava às namoradas. O amor era livre. Podíamos curtir com as miúdas de todos os lados.

Confusões à parte, apesar de nas rádios passarem Duran Duran, Human League, Madonna, Soft-Cell, e outras coisas do género, nestes locais nocturnos, abanávamos o capacete ao som de ZZ-Top, U2, Cult, Whitesnake, AC-DC, New Order, Van Halen, Talking Heads, John Cougar, e outros tais; e curtíamos ao som dos Nazareth, Scorpions, Police, Brian Adams... "Tonight, tonight, Let's leave it alone, Leave it alone tonight, We can't change it at all."

Às quatro da matina, nem mais nem menos, as "discos" fechavam, e dava-se inicio às sempre "fantásticas" aventuras de regresso a casa, onde nos aconteciam sempre coisas incríveis, impossíveis de relatar. Mas o importante era estarmos, vivos, por volta das 7:00h nos "bolos quentes", na Praça do Chile. Depois, ou íamos para as aulas, ou para casa. Dependia dos dias.

A última vez que fui ao "Dois" foi para aí há uns quatro ou cinco anos, depois de já lá não ir há cerca de dez. Fui... para matar saudades. Foi engraçado ouvir a mesma música que se ouvia nos anos 80. O ambiente também já não é o mesmo. Mas foi giro. O pior foi quando à saída virei para o Ramalhão em direcção a Lisboa e a GNR me mandou parar. Perguntaram-me se eu tinha bebido, mas depois de me ter atirado para o chão a rir... eles perceberam. Lá tive de apanhar boleia de um carro patrulha da GNR até ao posto de Carcavelos. Eu não devia contar estas coisas. É uma vergonha, eu sei! Como era sábado, só não lá fiquei porque trazia comigo uma advogada [a minha mulher]. Mas fiquei 6 meses sem carta e apanhei uma valente multa.

Se conduzir, não beba!
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29 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Lembras-te do Chico Maravilhas, da Xuxa, da Mimi,do Cristo, do Fininho de Carcavelos, da Faty? LOL Hoje já é tarde, mas amanhã mando-te um e-mail para ficares com o meu contacto.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 12:13:00 da manhã  
Blogger A. said...

Pois eu a última vez que fui ao dois foi há 3 semanas e penso que continua igualzinho há 20 anos. Pelo menos a música é a mesma. Quanto à polícia na zona, é lixada. O melhor mesmo é aprender os atalhos. ;)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 12:59:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Criiiiiistooooooo!!!!!! :D

Manda lá esse e-mail que ainda não recebi nada. Tirando o Tójas e o Betinho, não me posso prenunciar sobre mais nomes. Só com a devida autorização. :)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 9:48:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Os primeiros (quinhentos!) parágrafos - que por falta de conhecimento de causa, me abstenho de comentar - são para disfarçar a tua confissão final envergonhada?... ;)
É... "se conduzir, não beba!" Mas haverá alguém que ainda não saiba isso?!... As pessoas sabem, mas decidem ignorar. O lema devia ser: se conduzir, não seja ignorante e se for ignorante, não conduza! [André: Não é nada pessoal, mas às vezes custa-me entender a ignorância consciente...]

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 9:50:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá Luna,

Tinha ideia que o "Dois" já tinha fechado as portas. Como já não tenho idade para me meter por atalhos, se conseguir arranjar uma boleia segura, pode ser que lá vá matar saudades, brevemente. :)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 9:51:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Um amigo que não acha graça a blogues :) e que se recusa a entrar em caixas de comentários, enviou-me um e-mail com uma lista de rectificações a este post.

A única que faço, e que não é bem uma rectificação, mas antes uma clarificação, refere-se ao facto de na época não existirem Multibancos. Obrigadinho. Já nem eu me lembrava que era assim tão velho. :(

Quanto às outras rectificações... faça-as quem quiser, eu cá estarei para defender a minha versão. :)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 10:00:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esqueceste-te de dizer que nessa época também já existiam os: stones, frágil, whispers,e bananas. O 2001 e o Jet-7 eram para os putos mais novos e da pesada.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 10:41:00 da manhã  
Blogger Carlota said...

Ooooohhhhhhhhhh!
Adorei ler este post, André!
Fez-me recordar a minha vida mundana dos anos 80 (mais na segunda metade da década, em abono da verdade).
Eu ía para outras bandas nessa altura. Passava os fins de semana no Cartaxo e ía para a "Horta da Fonte". Alguma vez lá foste?
Nunca usei foi essa história de ir estudar para casa de amigos. Lá em casa sabiam bem para onde eu ía...
Mas em relação ao que descreves, só mudava era a paisagem. Acho que faziamos todos os mesmos disparates.
E fartei-me de rir com a história de ainda hoje não conseguires beber as bebidas da altura! É que eu é tal e qual!!!
Beijolas

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 11:04:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá Carlota,

Este post refere-se, precisamente, à segunda metade dos anos 80.

Lembro-me perfeitamente do "Horta da Fonte" no Cartaxo e até do "Horta 2" no Alvor. Não era cliente habitual, mas cheguei a lá ir uma dúzia de vezes, e mais algumas, no início dos anos 90.

Já que falas noutros locais, lembrei-me que no final da década de 80, princípos de 90 abriu também o "Túnel" em Torres Vedras e também já existia o "Maria Bolachas" na Praia das Maçãs.

Bons tempos. ;)

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 11:44:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo,

O Stones, o Whispers e o Frágil eram na época para pessoal mais velho. Passei pelos dois últimos alguns anos mais tarde. Embora nunca tenha sido fã do “Frágil”, ainda me lembro quando a Presidenta da Associação Abraço era a antipática porteira da casa. Aos “Stones”, nunca fui, porque era o local onde iam os meus pais. O “Bananas” era muito “In”, mas chegou a ser um local que frequentei regularmente, contudo, tenho ideia de só ter aberto nos anos 90… mas posso estar enganado.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 11:56:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O Chico Maravilhas! Já não ouvia esse nome há séculos. lolada

E o Jô mais o gordinho da MR, lembras-te?

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 11:57:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Isto mais um bocado e parece um baile de máscaras. Já faltou mais...

Se o vosso programa era o mesmo e não são bloggers, identifiquem-se com um nome ou enviem-me um e-mail. Vou deixar de comentar anonymos "puros".

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 2:49:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cara Cristina,

Peço desculpa mas só agora vi o teu comentário lá em cima.

As pessoas sabem... mas muitas, continuam a conduzir e a beber. É uma completa inconsciência. Eu já não o faço, contudo, a minha "estória" é mesmo assim. :(

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 2:56:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Nos anos 60: embora houvesse
combóios...
Nos anos 80: embora houvessem combóios...
E eu que julgava que o verbo defectivo só tinha ganho o plural com a chegada dos estagiários às reportagens televisivas!

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 3:06:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Caro MªL Alves,

Apesar da ironia [e também por ela], agradeço a sua correcção. Lapsos... acontecem aos melhores, quanto mais a mim, que nem sequer sou repórter estagiário de nenhum canal de televisão.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 3:25:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não ligues André. Esse Alves não passa dum inbejouzu. :D

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 3:56:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apreciei o seu fair-play e agradeço que corrija sempre os meus múltiplos lapsos. Estou sempre disponível para aprender.
Puritano: não é esse Alves, mas essa Alves e já agora traduza-me "inbejouzu". Sendo do Porto julgo ser o equivalente a invejoso, mas como sou novata nisto agradeço a sua ajuda.
Perdoem o 2 em 1.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 7:38:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Cara MªL Alves,

Não o estamos todos? :)[disponíveis para aprender]

quinta-feira, fevereiro 02, 2006 11:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Este post ia-me passando no meio de tantos posts. O dois era aquela base. Era sempre a abrir. ;)

E aqueles bolos na Praça do Chile, sabiam muito bem àquela hora, mas a qualidade deixava muito a desejar.

Bons tempos.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006 5:30:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro André Carvalho,
Não seja ingénuo! A maior parte das pessoas não quer aprender nada! Já reparou que ouvir não é propriamente uma vocação nacional? Estão sempre à espera que faça uma leve pausa para respirar e aí começam a debitar pérolas de sapiência, que Você, como é educado, tem que escutar e fingir-se interessado. Esteja atento durante 24 horas e depois seja gentil e diga-me o que concluiu.
Um abraço

sexta-feira, fevereiro 03, 2006 6:41:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá André,

Este teu post fez-me lembrar outros tempos que nunca esquecerei. Eu gostava especialmente do Jet. A música de abertura (Jump) e aquele fumo todo... aiaiaiai :)

Beijos saudosos

sexta-feira, fevereiro 03, 2006 7:10:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Cara MªL Alves,

Sinceramente, acho mesmo que, no geral, as pessoas querem aprender, embora por vezes não o queiram demonstrar.

Não gostam é de ser confrontadas publicamente com os seus erros, lapsos, ignorância, etc. Mas gostam e querem aprender. :)

-----

Olá Joana,

Antes de mais, já vi que tens um blogue, por isso, bem-vinda à blogosfera.

Quanto ao "Jet", também era a minha preferida.

Get it and jump. Jump !
Go ahead, jump.


:)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006 11:59:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá André,

É verdade, tenho um blog. Agora somos "vizinhos". :D
Como o ambiente do Jet nunca vi nada igual, era uma completa loucura.

Estou à espera do link. :)

domingo, fevereiro 05, 2006 9:41:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu só o conheci como News, e o ambiente era muito cool no início, mas depois foi-se degradando muito. O local isolado ajudou a que começassem a existir alguns problemas.

domingo, fevereiro 05, 2006 10:44:00 da tarde  
Blogger Unknown said...

Encontrei este blog por acaso. Vejo que já tem uns anos mas acabei de ter um Déjà vu... Para recordar https://www.youtube.com/watch?v=TnHm4ro_l8s&list=WL&index=102

segunda-feira, março 23, 2015 9:46:00 da tarde  
Blogger Vasco Miranda said...

Retrato fiel da minha juventude em Lisboa.

terça-feira, outubro 26, 2021 3:23:00 da tarde  
Blogger Carlos said...

Eu casei no 2001em 1987.
Vejam lá se alguém pode contar esta mesma história?

domingo, janeiro 16, 2022 11:24:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A GNR chateou-te por conduzir e beber na década de 80??? Não sei que anos 80 foram esses amigo mas não foram de certeza aqueles que começaram a 1 de Janeiro de 1980 e terminaram a 31 de dezembro de 1989 em Portugal.

Isso é algo que te garanto. Em Lisboa, em Casacais, no Estoril entre 82 e 89 quantas as vezes que a polícia nos mandou parar e cheirava nos os copos no bafo e diziam: "Vá, vejam lá se vão com calma e nada de aceleradelas." e lá íamos nós.

Se de facto isso se passou contigo, quando eu em 89 me enfiei na traseira de uma Ford Transit totalmente bêbedo e vieram os Geninhos e eu estava com mais pessoal no carro na Av. Almirante Reis e os Geninhos mandaram-nos para casa e o carro foi levado por um reboque e não nos aconteceu nada ... Não sei que anos 80 foram esses que tu viveste, sinceramente eu não me lembro de mais de metade da m#%da que fiz na década de 80 mas destes factos lembro-me bem, mas ...O okay, maybe you went to a 1980's theme park to get a taste of what the 80s were like and you became so infatuated with the experience that you still, til this day, believe that you were actually alive in the 80s. Ou isso ou não sei.
Mike.

quarta-feira, dezembro 28, 2022 11:45:00 da manhã  
Anonymous Vera said...

Adorei ler este Post 😂 .
Tão bom recordar estes tempos ... Dei uma valente gargalhada com o fim do post👏

quinta-feira, fevereiro 08, 2024 11:31:00 da manhã  

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