Ser intelectual
Ultimamente, tenho andado a pensar na forma de me transformar, rapidamente, num intelectual. Porquê? Porque gostava e “prontos”! Acho que deve ser uma profissão gira e coiso…
Como o mercado de trabalho está saturado de pessoal com formação nas áreas das ciências sociais e humanas, a carreira de intelectual pode ser uma excelente aposta profissional... e nem sequer é um trabalho.
Se existisse uma licenciatura em Ciências Intelectuais, a coisa estava feita. Bastava inscrevermo-nos numa Universidade privada qualquer e pagar as propinas. Mas felizmente que não é assim. Tornava-se muito fácil e depois havia excesso de intelectuais, logo, desemprego. Tenho alguma dificuldade em imaginar um intelectual no desemprego. Nem deve notar a diferença.
Mesmo assim não nos podemos queixar muito. A coisa agora está bastante mais facilitada. Com a queda do muro de Berlim, já não é preciso ler aqueles enfadonhos livros do século XIX que um tal de Marx se lembrou de escrever a solo, e outro com um amigo. Era uma seca ter de saber, na ponta da língua, tudo sobre o materialismo histórico e dialético, o estruturalismo, a esquerda hegeliana, e mais uma série de tretas sem interesse nenhum. É por estas coisas que não há ninguém que me consiga convencer, por mais que tente, que os livros dele são bons. Se fossem realmente bons, já tinham sido adaptados para o Cinema. Hello!? Isto é completamente óbvio! Eu até posso ser distraído, mas de parvo não tenho nada!!
Outra coisa porreira é que também já não é preciso usar barba, sandálias, malinha a tiracolo, camisa de flanela aos quadradinhos, nem uma boina para se ser intelectual. Agora os intelectuais já podem usar usar underwear Nikos, Calvin Klein ou Neal's Yard. Fatos, camisas e gravatas da Dior, Gucci, Versace, Givenchy, Hugo Boss, ou Rosa & Teixeira. E até sapatos Dolce & Gabbana e Raffaello. Ulálá! Très chic!
Mas, o melhor de tudo, é o tempo que um gajo intelectual tem livre. Pode ler, escrever, beber copos, ouvir música, ir a concertos, ao cinema, beber copos, exposições, conferências, palestras, comer, beber copos, viajar, ginásio, beber copos, teatro, e ir namoriscando aqui, ali e acolá. Sem horários para deitar, levantar e trabalhar. Trabalhar? “What? Agora não posso! Não estou inspirado!”. Eh eh eh, rica vidinha.
Já me estive a informar, e parece que nem tudo são rosas na profissão de intelectual. Às vezes os intelectuais têm de se levantar ao meio-dia para darem uma aula na faculdade às duas. Outras vezes têm de ir dar uma palestra, ir até à televisão, à rádio, ou ao jornal, etc. Uma completa maçada.
Sinceramente, não sei quanto é que ganha um intelectual, mas também não me interessa. Para fazer aquilo que eles fazem, desconfio bem que não se deve receber nada. Só espero que não seja preciso pagar. ;)
Como o mercado de trabalho está saturado de pessoal com formação nas áreas das ciências sociais e humanas, a carreira de intelectual pode ser uma excelente aposta profissional... e nem sequer é um trabalho.
Se existisse uma licenciatura em Ciências Intelectuais, a coisa estava feita. Bastava inscrevermo-nos numa Universidade privada qualquer e pagar as propinas. Mas felizmente que não é assim. Tornava-se muito fácil e depois havia excesso de intelectuais, logo, desemprego. Tenho alguma dificuldade em imaginar um intelectual no desemprego. Nem deve notar a diferença.
Mesmo assim não nos podemos queixar muito. A coisa agora está bastante mais facilitada. Com a queda do muro de Berlim, já não é preciso ler aqueles enfadonhos livros do século XIX que um tal de Marx se lembrou de escrever a solo, e outro com um amigo. Era uma seca ter de saber, na ponta da língua, tudo sobre o materialismo histórico e dialético, o estruturalismo, a esquerda hegeliana, e mais uma série de tretas sem interesse nenhum. É por estas coisas que não há ninguém que me consiga convencer, por mais que tente, que os livros dele são bons. Se fossem realmente bons, já tinham sido adaptados para o Cinema. Hello!? Isto é completamente óbvio! Eu até posso ser distraído, mas de parvo não tenho nada!!
Outra coisa porreira é que também já não é preciso usar barba, sandálias, malinha a tiracolo, camisa de flanela aos quadradinhos, nem uma boina para se ser intelectual. Agora os intelectuais já podem usar usar underwear Nikos, Calvin Klein ou Neal's Yard. Fatos, camisas e gravatas da Dior, Gucci, Versace, Givenchy, Hugo Boss, ou Rosa & Teixeira. E até sapatos Dolce & Gabbana e Raffaello. Ulálá! Très chic!
Mas, o melhor de tudo, é o tempo que um gajo intelectual tem livre. Pode ler, escrever, beber copos, ouvir música, ir a concertos, ao cinema, beber copos, exposições, conferências, palestras, comer, beber copos, viajar, ginásio, beber copos, teatro, e ir namoriscando aqui, ali e acolá. Sem horários para deitar, levantar e trabalhar. Trabalhar? “What? Agora não posso! Não estou inspirado!”. Eh eh eh, rica vidinha.
Já me estive a informar, e parece que nem tudo são rosas na profissão de intelectual. Às vezes os intelectuais têm de se levantar ao meio-dia para darem uma aula na faculdade às duas. Outras vezes têm de ir dar uma palestra, ir até à televisão, à rádio, ou ao jornal, etc. Uma completa maçada.
Sinceramente, não sei quanto é que ganha um intelectual, mas também não me interessa. Para fazer aquilo que eles fazem, desconfio bem que não se deve receber nada. Só espero que não seja preciso pagar. ;)
11 Comments:
Eu sou uma loira quase intelectual. O 'quase' deve-se, unicamente, a uma escolha. Prefiro rir. Acho que os intelectuais riem-se pouco, muito menos deles próprios. Dom meu, esse, de saber rir dos meus disparates :D
Ultimamente, tenho andado a pensar como é que me posso transformar num intelectual
que tal nascer de novo?
não existe a carreira de intelectual, e ser intelectual não é uma opção, é uma maneira de ser, que aliás aarreta para muitos um enorme peso, o peso de ver mais claramente que os outros, e, quando a formação moral está à altura do intelecto, acarreta também um enorme sofrimento.
não é por acaso que a maoiria dos dissidentes foram e são intelectuais.
O cão rafeiro hoje está com um excelente sentido de humor. Ulálá! ;)
Cá por mim, vou-me tornar na membra mais nova da esquerda caviar (LOL LOL)
Olá Dinada,
Desculpa não ter comentado o teu post primeiro, mas estava a ser "mordido" pelo cão rafeiro. Que costuma ser muito simpático mas hoje está mal disposto.
Tocaste num ponto fulcral... não me parece possível ser intelectual e ter sentido de humor. Vou ter de escolher outra carreira. ;)
Sabine,
Essa da esquerda caviar é uma boa escolha... vou pensar nisso também. ;)
Já é tarde e estou p'ró estoirada, por isso deixa-me só dizer-te que este teu post tem passagens delirantes.
Podes não conseguir seguir a carreira de intelectual, mas hás-de ir longe pela criatividade e sentido de humor. Acho eu.
Cara Carlota,
Só está a dizer isso porque estás p'ró estoirada. Se estivesse fresquinha... percebia logo que eu vou conseguir ser um intelectual. ;)
Eu acho que já és um intelectual. ;)
Este homem mata-me! Meu caro André, acho que te deviam recrutar para o Inimigo Público. Continua com esse humor inteligente. ;o)
Genial!
E ainda por cima fez-me rir!
Mas o meu riso não quer dizer que eu não acredite na tua capacidade para ser intelectual. Nada disso!
;)
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