Portanto...
Portanto, esta é a minha contribuição para o que por aí (ainda) se vai dizendo sobre as presidenciais.
1) Cavaco Silva ganhou, e ganhou à primeira volta. Portanto, foi ele quem, em liberdade, o povo escolheu, a sua vitória foi clara e avassaladora, e nem o PSD, nem o PP ganharam coisa alguma.
2) Manuel Alegre não apresentou a sua candidatura antes de Soares porque não quis. Uma de duas: ou Alegre era, verdadeiramente, "independente" da lógica partidária, e nesse caso apresentava a sua candidatura e esperava pela reacção do partido; ou Alegre queria o apoio do partido, e só depois de ver Soares avançar (e talvez depois de ver sondagens...), decidiu apresentar-se, estando, por isso, dependente das escolhas partidárias.
Agora, perorar em torno de cenários alternativos (e se Alegre tivesse sido o candidato apoiado pelo PS?, e se Soares não se tivesse candidatado? e se Durão não tivesse ido para Bruxelas?, e se Guterres não se tivesse demitido?, e se D. Sebastião não tivesse morrido em Álcacer-Quibir?, e se D. Afonso Henriques tivesse sido morto pelos mouros?) pode ser intelectualmente um bom passatempo, mas insinua, também, uma certa falta de encaixe democrático: Cavaco ganhou porque os portugueses, em liberdade, assim o quiseram. O vencedor é Cavaco, o responsável é o povo. Isto é um facto. Que não agrade a muita gente, é outra coisa.
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