Homem não chora [na blogosfera] parte II

Caros amigos, foi pela nossa mui nobre causa que me senti na obrigação de dedicar algum do meu [escasso] tempo livre da semana passada a tentar "dissecar" blogues no feminino. Mas desde já vos aviso, as notícias que vos trago não são boas, de todo. Pois é...

O mais tenebroso de todos os nossos piores pesadelos pode estar prestes a transformar-se em realidade. Nem sei bem como dizer isto sem vos... chocar. Bem, mas o que tem de ser tem muita força, por isso, lá vai: ao examinar, na semana passada, blogues no feminino, acabei por descodificar, no meio de todo aquele intricado código verbal feminino, que… “ELAS”, na Blogosfera, estão-se a tornar, surpreendentemente, amigas umas das outras. Juro!!!!! Parece incrível, mas é a mais pura das verdades! Elas, começaram a adoptar na Blogsfera um comportamento antagónico ao que, habitualmente, assumem no mundo real. Comportamento esse, que ainda nos ia permitindo manter [mesmo que aparentemente] uma certa vantagem competitiva na [já praticamente perdida] guerra dos sexos. Se as fêmeas da Blogosfera transferem este comportamento contra-natura na sua espécie para o mundo real... estamos completamente feitos ao bife [literalmente, pois elas já nem sabem fritar a porra de um bife]. Mas há mais.... até se chegam a elogiar mutuamente. Estão espantados? Eu também fiquei, mas não é tudo. Estão preparados? Então ainda vos posso dizer que adquiriram a capacidade de se organizarem em grupos, onde se defendem umas às outras. Incrível não é? E as mais perigosas até atacam os blogueiros mais incautos, que lhes caiem nas perigosíssimas armadilhas, que montam à entrada e saída das suas caixas de comentários. Um verdadeiro massacre!

Nem imaginam o trabalhão que me deu obter informação fidedigna sobre este assunto, e recolher depoimentos junto de blogueiros, vítimas destas monstruosas atrocidades. A maioria deles, praticamente ainda em estado semi-catatónico, recusaram-se determinantemente a falar comigo, e somente alguns, após muito esforço da minha parte, acabaram por me contar o que lhes sucedeu. Foi uma experiência horripilante ouvir aqueles testemunhos medonhos da boca de blogueiros completamente desfeitos física e psicologicamente. O horror estava-lhes estampado no rosto e especialmente no olhar [completamente vidrado].

Um ex-blogueiro [que era bastante conhecido], e que me pediu anonimato, de lágrimas nos olhos, confessou-me que entrou numa caixa de comentários [cheio de boa vontade] e que foi atacado, subitamente e sem qualquer aviso prévio, por dúzias de ninjas-blogueiras que apareceram por todos os lados. Só conseguiu sobreviver àquele ataque demolidor porque, para salvar a sua vida, gritou em desespero de causa, que era gay. Segundo ele me contou, elas mesmo assim desconfiaram da sua falsa confissão, mas aqueles breves segundos de hesitação, foram a sua salvação. Só assim conseguiu fugir através de um link para o Abrupto que, milagrosamente, se encontrava ali à mão de semear. Esta estória, impressionante, infelizmente não é única. Existem, segundo consta, milhares de blogueiros vítimas destes ataques demolidores, e que só não falam, com o pavor de sofrerem represálias. Podem não acreditar, mas muitos foram forçados a abandonar os seus blogues à pressa, mudar de nicks, e tiveram de recomeçar um novo blogue num servidor disponibilizado, amavelmente, pelo Paulo Querido [apesar da azia presidencial por que está a passar]. Outros, tiveram mesmo que deixar definitivamente a blogosfera e passar a viver, somente, a mais desinteressante [mas bastante mais segura], vida real.

Nenhum deles teve coragem [ou o discernimento] para denunciar publicamente as vis atacantes. O melhor que consegui, foi um ex-blogueiro, que balbuciava constantemente qualquer coisa desconexa como: “unhas, verniz, roupas, sexo, madeixas, cabelos, sapatos, dinheiro, botas, lingerie, sexo, caipirinha, cremes, dinheiro, batom, perfume, base, sexo, etc. e dinheiro.” Só através desta pequena transcrição é possível imaginar o que o pobre homem passou. Dá-me arrepios na espinha, só de pensar nisto. Pobre, pobre ex-blogueiro!

Um gajo já sabe que a compleição comunicativa desmedida é intrínseca à própria espécie feminina, e que um blogue no feminino tem obrigatoriamente uma caixa de comentários bem recheada de amigas e amigos. Se a coisa for mesmo bem-feita, têm de ter magotes de fãs [virtualmente apaixonados] a comentar por comentar, mesmo que não haja nada para comentar. Já só falta mesmo rastejar. Ultrajante para a nossa espécie!

Vamos ao que realmente interessa, tenham muito cuidado com as caixas de comentários. Nunca caiam na asneira de entrar numa caixa de comentários de um blogue feminino que esteja vazio e serem os primeiros a comentar o post. Convém, antes de mais, tentar apercebermo-nos da disposição da Blogueira. Na via das dúvidas, deixem sempre alguém comentar primeiro e esperar pela resposta que a Blogueira lhe vai dar. Se ela estiver bem dispostinha, podemos comentar, mas sempre com muito cuidado. Nada de excessos de confiança.

Tenham também muita atenção aos blogues colectivos femininos, porque nesses casos, para além da disposição da autora do post que pretendem comentar, também convém levar em consideração o humor das suas companheiras de blogue. Uma simples distracção, pode ser a morte do artista.

Também não julguem que estamos seguros, quando entramos numa caixa de comentários, onde parece que foi organizada uma rave. Nestes casos, convém, sempre, contar primeiro as cabeças. O número de homens tem de ser necessariamente superior pelo menos em 25% ao número de mulheres, caso contrário, pode ser uma das tais armadilhas mortais que já atrás vos referi.

Esta evolução da espécie feminina, obrigou-me, este fim-de-semana, a dar voltas e voltas à cabeça, na tentativa de descortinar a melhor forma de conseguir contornar estas armadilhas letais. É bastante difícil, e não posso garantir uma eficácia de 100%, mas passa, sobretudo, por sermos capazes de diferenciar as blogueiras assassinas das outras [menos assassinas]. Então é assim: as perigosas blogueiras assassinas, normalmente, não utilizam o seu nome mas um nick, e nunca, em caso algum, colocam as suas fotografias reais para as identificar. A regra que devemos observar escrupulosamente é que temos de considerar que as blogueiras são tanto menos perigosas [para nós] quanto mais se identificam na realidade.

À primeira vista isto parece fácil, só que a coisa complica-se... e muito. Isto porque, segundo consta por aí [no nebuloso mundo dos mitos blogosféricos] existem blogueiras que são completamente falsas. Isto é, utilizam fotografias para se identificarem que não são delas, utilizam nomes aparentemente reais que também não são os delas e, em casos limite, até utilizam o sexo que não é o…“deles” :(

Fontes [por ordem alfabética]: Blog Inha, Blogantes, Bomba Inteligente, Controversa Maresia, Diário de Bordo, Impressões e Intimidades, Insunstentavel Leveza, Lote 5 - 1º Dto., Miss Pearls, O Blog da APA, O Espectro, O Mundo Perfeito, Postais da Província, Quatro Caminhos, Rititi, Semifrio, Sociedade Anónima.