sexta-feira, dezembro 23, 2005

A Ler


Cada novo livro de Eduardo Lourenço é um acontecimento. Mas este é particularmente adequado ao tempo que vivemos. Num momento em que o populismo radical de Esquerda parece dominar a América do Sul e o Ocidente se confronta com as suas fronteiras mentais, Eduardo Lourenço dá aos prelos A Morte de Colombo - metamorfose e fim do Ocidente como Mito, conjunto de ensaios cujo fio condutor passa pelo conturbado processo de des-europeização da América do Sul a que estaremos a assistir.

«Não é por acaso que nos Estados Unidos «a festa de Colombo» é festejada sem complexos culturais. É como «super-europeus» que os americanos se pensam e vivem, e como herdeiros culturais da mesma Europa (e até do mundo). Na sua arca de novos Noés cabe a Europa toda e algo mais, como o seu poeta-profeta Walt Whitman com tanto génio o cantou. Onde «Colombo» morreu pouco a pouco e o índio imortal ressuscitou foi no Canto General de Pablo Neruda, e de uma maneira geral, se exceptuarmos Borges, todos os seus pares na literatura latino-americana se voltaram à invenção de uma América antes de Colombo, no esplendor da sua natureza e da sua humanidade não devastada nem submetida.»
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1 Comments:

Blogger sabine said...

As tuas sugestões de leitura normalmente são interessantes. O que se passa na América é: "supereuropeus" (América do Norte, ou seja, EUA + Canadá) que deitaram para de "baixo do tapete" as raíses indias e América do Sul (que luta para manter as suas raíses vivas).Quanto a Evo Morales, para mim neste momento está em "estado de graça". Logo veremos se é um ditador ou simplesmente alguém que tem uma visão diferente (alternativa) para o seu país.

sábado, dezembro 24, 2005 12:20:00 da manhã  

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