sexta-feira, dezembro 23, 2005

Batalhas pelas palavras

Até meados da década de 80 do século passado havia a Guerra Fria, em que o mundo estava dividido em dois. Havia uma paz podre, havendo uma corrida às armas da parte das duas grandes potências: União Soviética e Estados Unidos. Com o final da Guerra Fria as guerras não acabaram. E para além das batalhas com armas apareceram as batalhas com as palavras. O politicamente correcto passou a ser mais uma guerra, desta vez entre a esquerda e a direita. Se à partida era bom é hoje algo mau porque é usado exageradamente: quer-se acabar com a diferença e tem-se tanto cuidado com a linguagem que passam a haver novos “esquecidos” desta vez das supostas maiorias. E a batalha entre aqueles que querem impor o "politicamente correcto" (ou seja, transformar tudo em ecologially frienly e minority friendly) e aqueles que querem impor o "politicamente incorrecto" (ou seja, querem que fique tudo como está e não querem ser postos em causa) continua, levando a mais exageros. Esta é, aliás, a nova guerra fria.
Eu quero viver num mundo sem ter medo das palavras nem de ser eu mesma. Porque é isso que eu sinto que está a ser construído por ambas as facções: um mundo onde as pessoas tem medo de ser e de estar.

REFERÊNCIAS: Politicamente nulo (no Sobre Tudo e Sobre Nada); Politicamente Correcto (no Semiramis)
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