domingo, novembro 20, 2005

Solidariedade... Irmã Torta da Hipocrisia

Altruísmo... alguém conhece a palavra?
O que são campanhas de solidariedade? O que são donativos e quem os recebe? Existirá uma causa melhor que outra?
Não consigo deixar de pensar nestas questões, e a minha cabeça não se cansa de dizer que não existem causas menores, existem apenas muitas necessidades, existem circunstâncias que lhes concedem mais ou menos importância. Na solidariedade existem MODAS!! Aposto que as que não estão na moda agora devem passar mais dificuldades que já passavam. E sei que como tudo agora, uma associação terá de ter um Dptº de Marketing e imagem, " comerciais " e toda uma estrutura empresarial para poder fazer face aos tempos modernos da solidariedade. Uma boa maquia angariada, servirá em parte para pagar o anúncio televisivo que se fez com muita pinta e criatividade. Porque o tuga pensa ainda que se virar as costas ao homem da latinha do peditório, vai esquecer com um à vontade inacreditável. O Tuga, se for preciso, comenta desvios dos dinheiros como desculpa para não dar...
Se está interessado em dar, procure saber os canais que ele segue e aposto que o informam... se não o fizerem então temm razão. Mas se não questionar e apenas virar as costas então vá para o Diabo com a sua moral da treta. Tenha paciência!
Não tenho problema em dizer a quem me pede que não tenho porque preciso dele, e também não tenho vergonha em dar 15 ou 20 centímos por pensar que possam achar que sou forreta ou pobretanas.
Não penso que, se no bairro social da minha zona existem muitos marginais, que assaltam, vandalizam e trazem insegurança, não merecem ser ajudados. Nesse bairro existirá concerteza muita criançada abandonada, necessidade, miséria, muita merda mesmo que continuamos a achar que existe uma porta com cadeado que os tranca no meio duma zona restrita e electrificada. Não sejamos hipócritas, ao invés de pensar à frente, continuamos a guardar rancor e a não tomar medidas e a contibuir para que o tuga tenha na ponta da língua o discurso papagueado da culpa que é do Governo, dos políticos, da polícia, de Deus, do vizinho e do raio que o parta.
Então minha gente, França não está a ensinar nada a V.exas? Ou é preciso ter o carrinho queimado à sua porta, ter de estar em casa às 8 da noite e o puto não poder ir sozinho à escola?
O ser social, incluído nas relações socias positivas e negativas, faz parte de um todo que contribui sobretudo com a ATITUDE. Não importa a cor política, importa sim não ser inerte! Nem todos temos de ir para a sopa dos pobres servir,nem toda a gente tem de ser voluntário num bairro social... BASTA NÃO ANDAR POR AÍ A DIZER BABOSEIRAS E ANDAR A EDUCAR OS FILHOS A ANDAR PELA VIDA FORA COM PALAS NA CARA...

O ser humano chegou onde chegou, pela sua capacidade de adaptação ao ambiente e a incrivel capacidade, de em certos momentos, o conseguir alterar para vantagem sua e de todos.
Não por ficar sentado na gruta à espera que o mundo lá fora deixasse de ser violento.

Porque sempre o foi!
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5 Comments:

Blogger André Carvalho said...

Mais um excelente tema que nos trouxeste, e logo agora que se aproxima a época dos peditórios.

Eu por regra não dou, e quando o faço provavelmente dou mais do que deveria (que posso).

Não gosto de dar dinheiro, pois nunca se sabe bem para onde vai. Como o caso da Abraço, onde a ex-porteira do Frágil é agora (ou era)a "presidenta da junta" e ganha (ou ganhava) milhares de euros por mês. Vergonhoso!

Como tenho pouco dinheiro para dar, quando dou, nem sequer me preocupo em saber se o dinheiro é bem canalizado ou não. O "pedinte" tem menos de 5 segundos para me convencer, se conseguir...

Gostaria mais de ajudar a associação Cais, mas as revistas são pouco interessantes (para mim) e muito caras.

Prefiro contribuir com géneros ou como voluntario em instituições credenciadas ou com trabalho reconhecido.

Aproveito para apelar a todos aqueles que gostam de animais (uma das minhas paixões),que sempre que possam, levem à União Zoófila (UZ) uns saquinhos de ração para cães ou/e para gatos. Fica perto de Sete-Rios, numa rua por trás da Igreja das furnas. A «UZ» continua a fazer um excelente trabalho, só com voluntários, pesar das condições não serem as mais adequadas.

domingo, novembro 20, 2005 4:36:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O problema neste país Bruno, é que há muitos "seres humanos" que, aproveitando parcialmente as tuas palavras, a sua «capacidade de adaptação ao ambiente e a incrivel capacidade, de em certos momentos, o conseguir alterar para vantagem sua»... somente sua. Há muita gente a prejudicar os outros das mais variadas formas. O André fala da "presidenta" da Abraço, é um bom exemplo de oportunismo.

domingo, novembro 20, 2005 11:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Altruísmo... - será que isso existe? ainda há pouco tempo tive uma discussão que começou assim!

Mas o que aqui se discute é outra coisa: solidariedade - recorrendo, desta vez, ao dicionário [ainda virá o dia do recurso à lista telefónica =)]: solidário é, neste caso, aquele que dá apoio ou auxílio a - não tendo de ser necessariamente de ser altruísta (renunciando a própria vontade).

Cada um ajuda da forma que quer, as causas que quer, pelo motivo que quer! O problema é que, de um modo geral, há, realmente, muita falta de querer!...

Mas, como vocês já disseram, também é preciso que quem quer saiba estar atento. Sei que o que falam aqui é do apoio a instituições mas não resisto a partilhar convosco um episódio em que vi oferecerem um pão a alguém que pedia dinheiro para comer e que passado 2 minutos o atirava para o meio do chão, prosseguindo a sua busca pela "esmolinha".

segunda-feira, novembro 21, 2005 4:42:00 da tarde  
Blogger sabine said...

Mais um post para pensar (muito). Obrigado!

segunda-feira, novembro 21, 2005 7:14:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois é Bruno, desta vez é a Cristina que se senta ao teu lado todos os dias da nossa semana de trabalho que vem constatar que para além do nosso muito trabalho e das brincadeiras do dia a dia, as tuas ideias ainda não foram afectadas (apesar de eu desconfiar às vezes...) estão mesmo no sítio certo).

Altruísmo será uma palavra com significados diferentes para muitos pessoas e intenções diferentes.

Para mim significa partilhar o que eu tenho, com quem não tem nada.

Tenho por hábito dar, se acho que vale mesmo a pena... O meu probléma é que, normalmente, para mim (tola!) que ainda tenho vontade de acreditar que a bondade humana vive dentro de TODOS os seres humanos, todos (ou quase todos) os casos valem a pena.

Anos atrás, quando vivia noutra cidade, encontrava todos os dias o mesmo senhor idoso, com uma bicicleta coberta de bugigangas.
Tudo desde passarinhos de papel e flores, a brinquedos feitos à mão.

Houve dias em que lhe dei dinheiro, e ele retribuíu com um sorriso, outros em que eu também não tinha, e recebi na mesma o sorriso e o agradecimento. Não pelas moedas que não dei, mas porque nunca virei a cara.
Sempre recebi um passarinho de papel, ou uma anedota, ou um poema, talvez porque eu sei que as pessoas precisam não apenas de dinheiro, porque o que alimenta a alma e mata a tristeza e a solidão é reconhecer noutro ser humana capacidades que também temos, ou que também nos faltam.

Porque nunca tive pressa demais para ouvir um pedido na rua, custa-me mais dizer que não do que ignorar.

Há campanhas às quais me mantenho fiel por várias razões, mas no fundo, este é um daqueles temas que acaba por recair apenas na consciência de cada um. O que vos deixar dormir descansados à noite.

Pratiquem o bem, da forma que vos parecer mais correcta e como puderem.

segunda-feira, novembro 21, 2005 10:07:00 da tarde  

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