quarta-feira, novembro 30, 2005

Ficção do Interlúdio (2)

Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do Mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que ideia tenho eu das coisas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Universo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fachar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das coisas? Sei lá o que é o mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
(...)

Alberto Caeiro, Poema V de O Guardador de Rebanhos
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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Apetece-me eleger este texto como o melhor do (pouco) que tenho lido do (muito) que se anda a recordar a propósito da data.

quinta-feira, dezembro 01, 2005 2:33:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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terça-feira, fevereiro 06, 2007 5:23:00 da manhã  

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