A Europa de Soares
Vasco Pulido Valente, no «Público» de hoje:
«Não há candidato que não queira "dar a sua contribuição" para salvar a Pátria. Mário Soares quer "dar a sua contribuição" para salvar a Pátria e a Europa. Isto que o faz mais "presidencial", também revela a sua maior fraqueza. A começar pelo próprio, toda a gente fala, oblíqua ou claramente, na idade de Soares. Mas não é a idade de Soares que interessa, o que interessa é o "tempo" de Soares, como quando se diz "no meu tempo". A "Europa do tempo de Soares" foi a "Europa" que o reconheceu e o ajudou no exílio, que lhe permitiu fundar o PS, que lhe garantia o fim da Ditadura e um futuro "desenvolvido" e democrático para Portugal. Foi a "Europa" de Wilson e de Callaghan, de Brandt e Helmut Schmidt, de Mitterrand e Delors. Uma "Europa" rica, confiante, expansiva, que parecia outra vez pesar no mundo e ser uma promessa sem fim. E era, ainda por cima, uma "Europa" de amigos, que o ouviam e o apoiavam. A "Europa" já não é a "Europa" desse tempo, do "tempo de Soares". Quando ele fala hoje na "influência" que tem "lá fora" e do que pode fazer, se o elegerem Presidente, para "resolver a crise", está enganado. Não há nada de comum, pelo contrário, entre ele e Chirac ou Blair ou Merkel ou Berlusconi. A Leste ninguém o conhece, nem ele com certeza percebe a Polónia, a Eslováquia ou a República Checa, que desconfiam da União e, no fundo, preferem a América. Se pegar no telefone, como ele imagina, e se o atenderem, o que talvez não suceda, será para uma conversa de surdos. O mito morreu e o único aliado que lhe resta é o patético Zapatero, que não conta. Como Portugal e o Presidente de Portugal não contam na "Europa" dos 25.»
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Para ajudar à festa, ontem, na Covilhã, Mário Soares confessou sentir «vergonha [que Portugal seja o] país mais desigual da Europa dos 15». Da Europa dos 15? Assim como não quer a coisa, em mais uma das suas já habituais e sistemáticas "pequenas" gaffes, Mário Soares, o "nosso" maior especialista em tudo e mais alguma coisa, apagou do mapa 10 países europeus.
«Não há candidato que não queira "dar a sua contribuição" para salvar a Pátria. Mário Soares quer "dar a sua contribuição" para salvar a Pátria e a Europa. Isto que o faz mais "presidencial", também revela a sua maior fraqueza. A começar pelo próprio, toda a gente fala, oblíqua ou claramente, na idade de Soares. Mas não é a idade de Soares que interessa, o que interessa é o "tempo" de Soares, como quando se diz "no meu tempo". A "Europa do tempo de Soares" foi a "Europa" que o reconheceu e o ajudou no exílio, que lhe permitiu fundar o PS, que lhe garantia o fim da Ditadura e um futuro "desenvolvido" e democrático para Portugal. Foi a "Europa" de Wilson e de Callaghan, de Brandt e Helmut Schmidt, de Mitterrand e Delors. Uma "Europa" rica, confiante, expansiva, que parecia outra vez pesar no mundo e ser uma promessa sem fim. E era, ainda por cima, uma "Europa" de amigos, que o ouviam e o apoiavam. A "Europa" já não é a "Europa" desse tempo, do "tempo de Soares". Quando ele fala hoje na "influência" que tem "lá fora" e do que pode fazer, se o elegerem Presidente, para "resolver a crise", está enganado. Não há nada de comum, pelo contrário, entre ele e Chirac ou Blair ou Merkel ou Berlusconi. A Leste ninguém o conhece, nem ele com certeza percebe a Polónia, a Eslováquia ou a República Checa, que desconfiam da União e, no fundo, preferem a América. Se pegar no telefone, como ele imagina, e se o atenderem, o que talvez não suceda, será para uma conversa de surdos. O mito morreu e o único aliado que lhe resta é o patético Zapatero, que não conta. Como Portugal e o Presidente de Portugal não contam na "Europa" dos 25.»
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Para ajudar à festa, ontem, na Covilhã, Mário Soares confessou sentir «vergonha [que Portugal seja o] país mais desigual da Europa dos 15». Da Europa dos 15? Assim como não quer a coisa, em mais uma das suas já habituais e sistemáticas "pequenas" gaffes, Mário Soares, o "nosso" maior especialista em tudo e mais alguma coisa, apagou do mapa 10 países europeus.
1 Comments:
Pois é André, com Mário Soares podemos dormir descansados.Acaba-se com a concorrência dos novos membros da UE num abrir e fechar de olhos. ;)
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