Branco vs Abstenção
( baseado no artigo “that is the question” por Filipe Alves Moreira in Geração Rasca - )
Abstenção não é pensar no país!
Abster é uma palavra que encerra em sí dois caminhos para qual nenhum dos dois é o que se deve tomar num país como Portugal... pelo menos ainda não!
E se digo Portugal, posso dizer todas as democracias Ocidentais que passam neste momento pela aflição da abstenção. Um sufoco que saí caro às decisões tomadas pelo agentes eleitos. Decisões desprovidas de legitimidade democrática. Decisões que depois só podem ser revestidas de legitimidade política, débeis e sufocadas no berço.
Dois caminhos abre a abstenção: um tenebroso e pelo qual não nos queremos responsabilizar perante a geração seguinte, e um outro que poderá ser utilizado como a ultima arma de expressão num democracia falsa ou em clara decadência ( Irão, lembram-se? ) que não penso ser esta a situação portuguesa. Tenebroso seria concerteza menosprezar até à ultimas consequências um sistema que se mantém de pé cada vez mais pela esmolas de participação eleitoral, cujos efeitos reflectem-se na fraca figura dos políticos e partidos, que surjem como cogumelos, adaptando um discurso cada vez mais vago e populista para uma população cada vez mais desinteressada que critíca por criticar.
É uma pescadinha de rabo na boca, à qual devemos pôr imediatamente uma garfada!
A abstenção rebela-se ( parecem querer dizer os abstencionistas criticados ) contra o estado do país, da economia, das reformas, etc! Dizem não ter escolha, pois nenhum dos candidatos que se apresenta são dignos do voto ou de confiança popular. Se assim o é, há que agradecer ao sistema pela possíbilidade de gerar campos alternativos de fazer política.
Quando se abstem, tome-se nota que não é o político ineficiente ou governo actual que saí prejudicado, em ultima análise é o sistema pois torna-se fraco e sem capacidade de resposta aos problemas que se vão criando. Para o político, interessa-lhe o ganho imediato sobre o outro político e para isso não se conta o valor da abstenção, não se iludam acerca disto.
Acha que os partidos não estão bem, junte-se a um que esteja próximo e trabalhe por dentro. Acha que o aborto, a regionalização, ou o livre corte dos joanetes necessita de ir a referendo? Então que se procure um movimento cívico, que se adquira informação, que se vote...
Ou então que se vote em branco, em sinal de vontade de participar.
Abster não é mais que assumir que exerceu o seu direito de fazer o que entende, desprezando o dever abstracto de votar porque não se teve pachorra para o ir fazer.
Se eu não voto não falo mal da política nem dos governantes. Votar, é em sí, ganhar a Legitimidade de se criticar!
( nota: este artigo não refere de forma alguma ao Filipe. É um artigo apenas inspirado pela crítica mordaz que ele próprio faz ao estado das coisas. )
Abstenção não é pensar no país!
Abster é uma palavra que encerra em sí dois caminhos para qual nenhum dos dois é o que se deve tomar num país como Portugal... pelo menos ainda não!
E se digo Portugal, posso dizer todas as democracias Ocidentais que passam neste momento pela aflição da abstenção. Um sufoco que saí caro às decisões tomadas pelo agentes eleitos. Decisões desprovidas de legitimidade democrática. Decisões que depois só podem ser revestidas de legitimidade política, débeis e sufocadas no berço.
Dois caminhos abre a abstenção: um tenebroso e pelo qual não nos queremos responsabilizar perante a geração seguinte, e um outro que poderá ser utilizado como a ultima arma de expressão num democracia falsa ou em clara decadência ( Irão, lembram-se? ) que não penso ser esta a situação portuguesa. Tenebroso seria concerteza menosprezar até à ultimas consequências um sistema que se mantém de pé cada vez mais pela esmolas de participação eleitoral, cujos efeitos reflectem-se na fraca figura dos políticos e partidos, que surjem como cogumelos, adaptando um discurso cada vez mais vago e populista para uma população cada vez mais desinteressada que critíca por criticar.
É uma pescadinha de rabo na boca, à qual devemos pôr imediatamente uma garfada!
A abstenção rebela-se ( parecem querer dizer os abstencionistas criticados ) contra o estado do país, da economia, das reformas, etc! Dizem não ter escolha, pois nenhum dos candidatos que se apresenta são dignos do voto ou de confiança popular. Se assim o é, há que agradecer ao sistema pela possíbilidade de gerar campos alternativos de fazer política.
Quando se abstem, tome-se nota que não é o político ineficiente ou governo actual que saí prejudicado, em ultima análise é o sistema pois torna-se fraco e sem capacidade de resposta aos problemas que se vão criando. Para o político, interessa-lhe o ganho imediato sobre o outro político e para isso não se conta o valor da abstenção, não se iludam acerca disto.
Acha que os partidos não estão bem, junte-se a um que esteja próximo e trabalhe por dentro. Acha que o aborto, a regionalização, ou o livre corte dos joanetes necessita de ir a referendo? Então que se procure um movimento cívico, que se adquira informação, que se vote...
Ou então que se vote em branco, em sinal de vontade de participar.
Abster não é mais que assumir que exerceu o seu direito de fazer o que entende, desprezando o dever abstracto de votar porque não se teve pachorra para o ir fazer.
Se eu não voto não falo mal da política nem dos governantes. Votar, é em sí, ganhar a Legitimidade de se criticar!
( nota: este artigo não refere de forma alguma ao Filipe. É um artigo apenas inspirado pela crítica mordaz que ele próprio faz ao estado das coisas. )
2 Comments:
Se todos estivéssemos conscientes dos nossos direitos/deveres cívicos a abstenção só poderia ser vista como um voto anti-democracia - "eu voto que não quero votar" - e o voto em branco seria um sinal de vontade de participar, apesar de não concordar com qualquer das opções.
Mas a abstenção real é, de facto [acredito eu!], apenas revelador da falta de pachorra para ir votar.
E o voto em branco, apesar de ser a tal discordância das opções existentes, pode também ter diferentes vertentes:
- "tendo analisado os programas propostos, quero dizer que não concordo com qualquer deles";
- "tendo analisado os programas propostos, não me consegui decidir por um deles";
- "não conhecendo os programas propostos, acho melhor não emitir oponião sobre aquilo que não sei";
- "o meu voto não faz diferença nos resultados, por isso, nem me vou dar ao trabalho de pensar; das outras vezes não adiantou nada!";
- "eleições?! hoje?! ah... não há problema, como de costume, eu deixo que os outros escolham por mim".
Ora, a barreira entre o voto em branco por preguiça mental e a abstenção por preguiça física é muito ténue! E portanto, assim como distinguiste a abstenção anti-democrática da abstenção preguiçosa, convém também não nos iludirmos quanto às verdadeiras razões do voto em branco.
E, aceitando nós que a nossa abstenção é apenas preguiçosa, qual a diferença prática entre os efeitos do voto em branco e da abstenção?
[A esta pergunta a que gostava de ter uma resposta concreta e objectiva, pois, apesar de ser, por princípio, contra a abstenção, não sei, de facto a responder à questão.]
Um aplauso. Quem se abstém, que não se queixe depois. É que nas eleições, mesmo que não se queira votar por ninguém, pode-se sempre votar contra alguém. Olham só para o Manuel Alegre...
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