Pobre Portugal
Os dias próprios para assinalar algo causam-me desconforto. Desconforto por verificar que muitos dos temas permanecem, dia após, dia, ano após ano, sem solução. É o caso do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A reboque desta data, acordei a saber que o fosso entre ricos e pobres, por cá, é o maior da União Europeia. A boa notícia é que os nossos ricos são também os melhores da União Europeia!
Ao certo, um em cada cinco de nós vive abaixo do limiar da pobreza. As organizações não-governamentais não se cansam de dizer que há mais sem-abrigo. Que os velhos são os mais afectados. Que ao interior nem a pobreza falta para o afastar do desenvolvimento (?) do litoral. E esta é só a face visível de um fenómeno demasiado antigo (para se desconhecerem as causas) com cheiro a mofo e que envergonha…Os responsáveis pelas organizações de auxilio denunciam também, para lá da fria realidade dos números e da conjuntura, uma apatia generalizada da população portuguesa face a este problema. Demasiado generalizada, arrisco. Até quando a erradicação da pobreza é assunto sussurrado e não tema nacional? Até quando conseguiremos aplacar consciências ao dar uma moedinha a quem, à entrada de um supermercado, pede esmola? Até quando vamos virar a cara à caixa de papel feita lar, com um ser humano lá dentro? Até quando as nossa entranhas não se revoltam ao ver um velho a remexer no contentor de lixo, à espera de uma surpresa em forma de comida? Até quando vamos achar que ao aderir a uma campanha de angariação de fundos é o máximo que podemos fazer pelos que precisam mais que nós? Até quando solucionar é melhor que prevenir? Até quando os nossos governantes entenderão que só pode ser pobreza de espírito manter instituições com viabilidade económica (uma forma de esmola orçamental) e não instituições em função das necessidades reais e prementes das populações carenciadas? Até quando? Muito provavelmente até daqui a um ano...
Ao certo, um em cada cinco de nós vive abaixo do limiar da pobreza. As organizações não-governamentais não se cansam de dizer que há mais sem-abrigo. Que os velhos são os mais afectados. Que ao interior nem a pobreza falta para o afastar do desenvolvimento (?) do litoral. E esta é só a face visível de um fenómeno demasiado antigo (para se desconhecerem as causas) com cheiro a mofo e que envergonha…Os responsáveis pelas organizações de auxilio denunciam também, para lá da fria realidade dos números e da conjuntura, uma apatia generalizada da população portuguesa face a este problema. Demasiado generalizada, arrisco. Até quando a erradicação da pobreza é assunto sussurrado e não tema nacional? Até quando conseguiremos aplacar consciências ao dar uma moedinha a quem, à entrada de um supermercado, pede esmola? Até quando vamos virar a cara à caixa de papel feita lar, com um ser humano lá dentro? Até quando as nossa entranhas não se revoltam ao ver um velho a remexer no contentor de lixo, à espera de uma surpresa em forma de comida? Até quando vamos achar que ao aderir a uma campanha de angariação de fundos é o máximo que podemos fazer pelos que precisam mais que nós? Até quando solucionar é melhor que prevenir? Até quando os nossos governantes entenderão que só pode ser pobreza de espírito manter instituições com viabilidade económica (uma forma de esmola orçamental) e não instituições em função das necessidades reais e prementes das populações carenciadas? Até quando? Muito provavelmente até daqui a um ano...
3 Comments:
A resposta é muito simples: até quando acharmos normal não pagar impostos, não fazer descontos para a segurança social, não ter as contas a céu aberto.
Parece simples perceber que em Portugal quase todos os que são ricos são também ladrões.
Infelizmente tens toda a razão Ana. Para o ano deverá estar tudo na mesma.
Como lembra o André no post acima, o estado português é dos que menos gasta com as pessoas. Essas situações de miséria devem ser resolvidas pelo estado. Pagamos suficientes impostos para isso. Deixem-se é de ideias megalómanas do tipo OTA e TGV e melhorem a vida das pessoas.
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