A Jangada de Pedra
Começo agora a vislumbrar um outro sentido para este título dado por José Saramago a uma das suas obras. De certeza que ele pressentiu, muito antes de todos nós, que a parte da «jangada» que corresponde a Portugal, devido ao peso de uma matéria que ele designou como «pedra», se poderia afundar a qualquer momento. Por isso, tratou de se mudar rapidamente para a outra parte, para Espanha, que, pelo contrário, como ele suspeitava e veio a confirmar, é de matéria flutuante.
Todavia, parece-me a mim, o que nos leva ao fundo não é o peso da «pedra». É antes o de uma incapacidade histórica de olharmos verdadeiramente para o futuro. Quase nunca nos conseguimos desprender do curto prazo. Pior: raramente nos conseguimos descolar do imediato. Já disse e repito, o nosso espírito é o de «ganhar o máximo que se puder, no menor tempo possível, à custa do maior número de otários ou incautos que se conseguir enganar.»
E assim não vamos lá. Assim, não chegamos ao futuro. A «jangada» desce, em vez de avançar. É desesperante ir tomando conhecimento dos relatórios internacionais que nos classificam tão mal.
Vem isto a propósito do aumento do fosso entre as pessoas mais pobres e mais ricas no nosso país. Algo que é próprio de um país em vias de desenvolvimento. Ora, se Portugal já é desde há alguns anos considerado um país desenvolvido, como é possível que isto continue a acontecer?
Outros dados: temos dois milhões de pobres, ou seja, 20% da população portuguesa. Em 10 anos conseguimos baixar de 23% para os actuais 20%.
Bem, para evitar análises demasiado demoradas num momento em que Portugal se afunda, é deveras aconselhável que nos mudemos todos para Espanha com a maior brevidade.
Hasta la vista!
Todavia, parece-me a mim, o que nos leva ao fundo não é o peso da «pedra». É antes o de uma incapacidade histórica de olharmos verdadeiramente para o futuro. Quase nunca nos conseguimos desprender do curto prazo. Pior: raramente nos conseguimos descolar do imediato. Já disse e repito, o nosso espírito é o de «ganhar o máximo que se puder, no menor tempo possível, à custa do maior número de otários ou incautos que se conseguir enganar.»
E assim não vamos lá. Assim, não chegamos ao futuro. A «jangada» desce, em vez de avançar. É desesperante ir tomando conhecimento dos relatórios internacionais que nos classificam tão mal.
Vem isto a propósito do aumento do fosso entre as pessoas mais pobres e mais ricas no nosso país. Algo que é próprio de um país em vias de desenvolvimento. Ora, se Portugal já é desde há alguns anos considerado um país desenvolvido, como é possível que isto continue a acontecer?
Outros dados: temos dois milhões de pobres, ou seja, 20% da população portuguesa. Em 10 anos conseguimos baixar de 23% para os actuais 20%.
Bem, para evitar análises demasiado demoradas num momento em que Portugal se afunda, é deveras aconselhável que nos mudemos todos para Espanha com a maior brevidade.
Hasta la vista!

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