quinta-feira, setembro 29, 2005

AS COISAS QUE SE DIZEM...

A 13 de Julho do já saudoso ano de 1996 DC, Almeida Santos dizia: «Conheci Fátima Felgueiras como vereadora. Já na altura tinha reparado que a moldura era pequena demais para o retrato». Este Almeida Santos é realmente assombroso, mais um poucochinho e quase que tinha conseguido adivinhar que era a cela e não a moldura que se acabou por revelar diminuta demais para a senhora. Equivocou-se, mas por muito pouco.

Almeida Santos desenvolveu ainda: «Pensei que [Fátima Felgueiras] havia de ir muito longe. Já é presidente da Câmara. Não ficará decerto por aqui». O dr. Almeida pensou, e pensou muito bem. Não é que mais uma vez acertou e a Fátinha foi mesmo para muito longe – pelo menos até ao Brasil já foi. Agora só permanece a incerteza de saber até onde é que ela ainda vai conseguir ir. Vamos ter de aguardar para ver. Estou ansioso.

João Cravinho em 1997 caracterizou Fátima Felgueiras como «uma magnifica representante dos interesses das populações, pelo menos junto do Governo». Será que continua a conservar esta estima junto do actual governo? Bem, pelo “jeito” como foi recebida em Portugal pode-se presumir legitimamente que ainda é capaz de preservar muita dessa estima e consideração que já possuía em tempos idos.

Ainda em 1997, José Penedos vaticinava: «A presidente Fátima Felgueiras é uma garantia de um futuro de identidade e felicidade para todos». Para todos não digo, mas a julgar pelo acolhimento que lhe foi ofertado no retorno, pelo menos ainda deve continuar a ser garantia de alguma coisa para alguns.

Na mesma senda, em Novembro de 1997, Narciso Miranda dirigia-se publicamente a Fátima Felgueiras com a subsequente prosa: «Minha cara Fátima Felgueiras, tenho a certeza que vais fazer uma campanha aliciante para continuares um trabalho autárquico fulgurante e motivador da sociedade civil em Felgueiras». O problema com que Narciso não contava foi a Fátinha ter sinuosamente desviado algum do “fulgor” da sociedade civil para uns cognominados “sacos azuis”.

Similarmente, Fernando Gomes, em Novembro de 1997 alvitrava: «Fátima Felgueiras é hoje um das mais prestigiadas autarcas do partido socialista (…) facto pelo qual os socialistas nacionais se orgulham». Com este orgulho todo a nível nacional por parte dos socialistas, não me admira nada que José Sócrates ainda lhe amanhe um lugarzinho na Administração da GALP.

Analogamente em Novembro de 1997, Francisco Assis confessava que, «quem a conhecia não tinha dúvidas que ela ia assumir as suas funções com a força e determinação que a caracterizam». Como assumidamente Francisco Assis já a conhecia bem, aparentemente deve ter tido um ligeiro lapsus linguae e em vez de ter verbalizado, “assumir”, ele deveria – com quase toda a certeza – ter pretendido pronunciar, “a sumir”.

Maria de Belém, em Dezembro de 1997 proclamava: «A vossa presidente Fátima Felgueiras, tem uma grande força que permite incutir um grande espírito de dinamismo no conselho». O dinamismo foi tanto que conseguiu mesmo “metamorfosear” Felgueiras e colocar, nos últimos anos, o “seu” Concelho no topo do agenda-setting nacional.

Por fim, (but not the least), não poderiam faltar os sapientes pareceres do sempre interventivo Jorge Coelho, dirigidas à Fátinha de Felgueiras, ainda no decorrer do já mais que relembrado ano de 1997 DC: «É uma força da natureza, à qual qualquer membro deste governo não consegue resistir. (…) É o exemplo do que é a força e determinação do povo português. (…) Cada vez que cá venho [a Felgueiras] levo um suplemento de alma. (…) Sugiro aos velhos do Restelo que passem em Felgueiras para verem o que por cá se faz». Palavras para quê? É um verdadeiro socialista português.
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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a me, para começar, parecer-me-ia que "Geração-rasca", belo título de blogue, faria bem em não ser tão mesquinho

ou pergunte-se o amigo, por um momento, se mulher ou homem que não seja grande e além do partido que os tenha suportado algum tempo ganharia a estima do Valentim Loureiro ou do candidato que não lembro agora o nome, de Oeiras, ou da Fátima Felgueiras

a mim parece-me que há-de haver aí mais qualquer coisa positiva que desconhece, como eu, e nos merecerá respeito

será que o que nada faz é que é bom e limpo?

não contará, nestas coisas, demasiado a inveja?

ou é o povo que é tolo de todo?!

não me parece...

quinta-feira, setembro 29, 2005 10:47:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

charles,

Alguma coisa haverá, mas que o povo é tolo, ninguém o pode negar. :(

terça-feira, outubro 04, 2005 1:38:00 da tarde  
Blogger André Carvalho said...

Caro charles,

Modéstia à parte, também acho que "Geração-rasca" é um bom título. :)

Tenho a certeza que há sempre algo de positivo... tenho é alguma dificuldade ém o conseguir ver... talvez por estar distanciado da realidade onde operam este "agentes políticos".

Concordo que não podemos generalizar, porque (como bem diz)também há muitos que não se "falam" e que fizeram muito menos pelas suas regiões do que estes "famosos", contudo, a ética nas questões públicas é uma coisa que se deve prezar.

Obrigado pelo seu comentário.

Cumprimentos,
André Carvalho

quarta-feira, outubro 05, 2005 11:40:00 da tarde  

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